Estádio Atílio Marotti: Serrano trava batalha jurídica para liberar arquibancada principal
O time de futebol Serrano, de Petrópolis, está envolvido em uma batalha jurídica para liberar a capacidade de seu estádio. Uma ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) resultou na interdição da arquibancada principal do estádio Atílio Marotti, em Petrópolis, devido a riscos estruturais, o que fez o clube reagir rapidamente. Na última sexta-feira(24), o jurídico do Serrano e a Interfut entraram com um pedido para suspender a punição.
A decisão liminar da 4ª Vara Cível da Comarca de Petrópolis foi tomada em razão de uma ação civil pública ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis, em 14 de março, contra o Serrano e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. O clube mais popular de Petrópolis, juntamente com seus dirigentes e investidores da Interfut, chegou a um acordo para atuar em conjunto na liberação da arquibancada do estádio.
Segundo o presidente do Serrano, Alexandre Beck, o China, o local foi vistoriado pelo Corpo de Bombeiros, pelo Corpo de Engenharia e pelo próprio pessoal do clube, que atestou a segurança da arquibancada principal. Becklembrou que o Ministério Público de Petrópolis vem cobrando ações de reparo no estádio desde 2016.
” Cumprimos tudo o que nos foi pedido”, explicou o dirigente, que acredita na resolução do problema nas próximas semanas. “A Interfut contratou um escritório importante para cuidar deste caso, e nosso jurídico acompanhará tudo. Vamos mostrar que estamos em dia com tudo”, acrescentou China.
A pressa para resolver a questão da interdição afeta não apenas o Serrano, que disputará a Copa Rio em agosto, mas também outros dois clubes da cidade, o Petrópolis FC e o Vera Cruz, que usarão o estádio Atílio Marotti para seus jogos nas Séries A2 e C, respectivamente. A Série B1 começará em setembro para o Leão da Serra, dono do estádio.
Os laudos técnicos que atestam a segurança da arquibancada principal são válidos até julho deste ano. No entanto, o MP se baseia em um relatório elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ) que revelou que o estádio “não possui condições seguras para a utilização, haja vista a identificação de diversas patologias nas estruturas de concreto armado e o péssimo estado de conservação das estruturas metálicas, constatando-se elementos de sustentação das telhas (terças) com risco iminente de queda dentro da projeção do telhado”.
De acordo com a ação movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a Federação de Futebol vem permitindo a realização de partidas com presença de público em um estádio com riscos evidentes de desabamento, mesmo após as recomendações feitas pelo órgão. A ação informa ainda que desde 2017, a promotoria atua na tentativa de resolver extrajudicialmente as questões encontradas no local.
Embora tanto o Serrano quanto o MP concordem que algumas das questões foram resolvidas durante esse período, para a justiça, outras permanecem sem solução, com destaque para a precariedade da arquibancada principal, que coloca em risco a vida dos frequentadores. O Serrano, por sua vez, aguarda o resultado do recurso que ainda não tem previsão para ser julgado, deixando em suspense o que acontecerá caso o veto seja mantido.