(Opinião) Reflexões sobre prevenção e preparação em Petrópolis: lições do exercício de emergência nuclear em Angra dos Reis
Nos últimos dias, a realização do exercício de plano de emergência nas usinas nucleares de Angra dos Reis capturou a atenção nacional. Essa operação intricada e de larga escala envolveu milhares de civis e militares, sendo uma iniciativa preventiva liderada pela Eletronuclear. Enquanto esse cenário parece distante de Petrópolis, a cidade Imperial não está isenta de preocupações relacionadas a desastres naturais. Embora não haja usinas nucleares nas cercanias, a geografia e as condições climáticas de Petrópolis são razões para se manter alerta.
Em 15 de fevereiro de 2021, Petrópolis enfrentou uma catástrofe marcada por uma enxurrada que vitimou mais de 240 pessoas. Embora a cidade tenha retomado sua rotina, as memórias desses momentos trágicos permanecem. Além dessa tragédia recente, vale relembrar o fatídico 5 de fevereiro de 1988, quando uma tempestade provocou a morte de 136 pessoas. Desde então, a cidade implementou uma série de programas de recuperação e prevenção, modernizando sua Defesa Civil e estabelecendo alertas através de sirenes.
No entanto, questionamentos emergem sobre a prontidão da população diante de uma possível nova calamidade. Enquanto as equipes de resgate e prevenção estão preparadas, a importância de educar a população para ações preventivas e reativas também é evidente. Em um contexto global de mudanças climáticas, onde a natureza dos fenômenos naturais se altera com o tempo, a ideia de um treinamento amplo para os cidadãos ganha importância.
Considerando a conjuntura local e as experiências anteriores, é válido explorar maneiras de expandir a conscientização e a preparação da população. Um dos caminhos poderia ser a realização de um simulado amplo, levando em consideração a possibilidade de desastres causados por chuvas intensas. Embora Petrópolis já tenha avançado na comunicação preventiva, como alertas via celular, uma simulação que aborde ações coordenadas e resposta eficaz à chuva extrema pode ser um passo adiante.
Enfim, olhando adiante para o que 2024 pode trazer, é essencial que a cidade e as regiões vizinhas mantenham um olhar atento para as condições climáticas. Enquanto desastres naturais podem ser inevitáveis, o investimento na preparação e conscientização da população é uma forma de minimizar impactos. A lição aprendida com o exercício em Angra dos Reis ressalta a importância da prevenção e da capacitação da população, construindo uma base sólida para enfrentar os desafios futuros, sejam eles decorrentes de eventos naturais ou outros contextos inesperados.