Patinação no estado do Rio: Uma jornada de resgate e superação
O passado glorioso da patinação no estado do Rio, outrora uma referência nacional, foi marcado por clubes que rivalizavam com os europeus em talento e títulos. No entanto, com o tempo, muitos desses clubes desativaram suas equipes, direcionaram o foco para outros esportes e quase que a modalidade se desvanecia completamente. Porém, um fio de esperança começou a tecer um retorno aos tempos de glória.
Na atualidade, Maricá desempenha um papel crucial nesse ressurgimento da patinação. O Troféu Brasil de Patinação Artística 2023 concluiu suas competições no sábado passado, em uma arena montada em Itaipuaçu. O evento testemunhou o desempenho de cerca de 400 patinadores que se apresentaram com paixão. Foram 130 provas emocionantes e 538 medalhas concedidas aos talentosos atletas.
Para a atleta e técnica Bianca Ameixeiro, este evento foi verdadeiramente singular, e o local escolhido para sua realização recebeu elogios dos patinadores. “Foi uma experiência maravilhosa participar e trazer meus alunos para esta grandiosa competição. Maricá me surpreendeu com sua quadra e com o cuidado dedicado aos atletas. Parabéns, Maricá”, compartilhou com entusiasmo.
O Troféu Brasil faz parte do projeto “Dèjá Vu: como é bom sonhar de novo”, uma iniciativa da Prefeitura de Maricá, em colaboração com a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação. O evento, que se desenrolou desde 11 de agosto, reuniu mais de 400 atletas de 38 clubes brasileiros. Mais de dois mil estudantes da rede de ensino tiveram a oportunidade de testemunhar as apresentações em categorias que variaram de mini infantil a juvenil, durante nove dias de pura patinação.
O Troféu Brasil não foi o único palco nacional do Rio para eventos de destaque. Em julho, a Casa de Portugal de Petrópolis abrigou o Campeonato Brasileiro de Hóquei Tradicional feminino, que reuniu times de São Paulo, Ceará, Petrópolis e Teresópolis. O torneio culminou com a vitória da equipe de Petrópolis.
Vale ressaltar que a equipe da Casa de Portugal de Petrópolis tem sido a base da seleção brasileira de hóquei feminino nos últimos quatro anos. Embora não tenham conquistado títulos internacionais de renome, o trabalho realizado serviu como inspiração para outros clubes no Brasil. O técnico Ricardo Bouchardet, conhecido como Boucha, observa que, diferentemente de outros países como Argentina e Portugal, o hóquei tradicional no Brasil carece de apoio.
“Boucha”, que também é o treinador da seleção brasileira feminina e uma das figuras de destaque na modalidade no país, compartilha: “O hóquei tem uma rica tradição no Brasil, mas infelizmente recebe pouco apoio. Lutamos incansavelmente para manter viva essa tradição aqui em Petrópolis, a Cidade Imperial.”
Junto a Petrópolis, o hóquei também prospera na cidade vizinha de Teresópolis. Lá, a Casa de Portugal local fomenta talentos e sedia campeonatos no renomado ginásio do Pedrão. A modalidade é profundamente enraizada na região, datando desde 1957, quando na inauguração da Praça Olímpica Luís de Camões, em Várzea, duas equipes de Petrópolis duelaram na estreia da nova pista. Pouco depois, o primeiro time de hóquei sobre patins de Teresópolis foi fundado, escrevendo mais um capítulo na rica história do esporte.