Filha de Roberto Jeferson, Cristiane Brasil diz em entrevista ao Rjpost que existe conluio para eleger Lula neste domingo
Roberto Márcio
Direto da redação
A vida de Cristiane Brasil não está nada fácil. Com uma expressão de cansaço e tristeza, a ex-Deputada Federal e sucessora da vida política do pai, o também ex-Deputado Federal Roberto Jeferson, falou com exclusividade ao Rjpost sobre o que tem sido os últimos dias desde que a decisão, segundo ela, arbitrária do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, de manter o processo de prisão do líder petebista. E tem planos para, em breve, se tornar uma militante dedicada a apoiar os perseguidos políticos do Superior Tribunal Federal, de acordo com a entrevista concedida com exclusividade ao Rjpost.
Advogada, Cristiane Brasil não poupou críticas a todo o desenlace criado pelo STF sobre o que considera perseguição a Roberto Jeferson e aos dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O desgaste criado por parte da maior corte do Brasil tem provocado mais do que dores de cabeça ao político: as intervenções em decisões que não deveriam ser tomadas pelos juízes afetam a vida de todo o país, a democracia e a liberdade. Para ela, o Brasil entrou em uma espiral ditadorial que está há muito tempo criando um desgaste na vida democrática do país.
“Meu pai tem sofrido há oito meses com um inquérito totalmente ilegal, em que o STF e o PGR não têm competência para julgar seu processo. Desde setembro, essa perseguição aumentou muito e não por coincidência em pleno processo eleitoral que o Brasil passa. Mantê-lo preso é ilegal. A verdade é que estamos vivendo uma ditadura do judiciário. Querem fazer qualquer coisa para elegerem o Lula neste domingo, claro com a ajuda da grande mídia. É um conluio absurdo”, afirmou a ex-deputada, que independente do resultado neste domingo seguira lutando contra aquilo que considera injustiças contra Roberto Jeferson.
Um fato ponderado pela filha de Bob Jeff está relacionada às fraudes nas inserções de rádios do Nordeste. Ela desafiou o judiciário a tomar uma medida mais enérgica para resolver a questão. ” Está claro que Alexandre de Moraes precisa ser afastado de vez do TSE. Ele não tem a menor moral para seguir presidindo a corte eleitoral. Isso nem no primeiro e tampouco no segundo turno. Eu duvido muito que ele vá tomar alguma medida justa nesse episódio das inserções de rádio”, disparou.
Críticas feitas por Bolsonaro não mudam afinidades e torcida por vitória neste domingo
Após o episódio no domingo passado em Comendador Levy Gasparian, onde Roberto Jeferson recebeu uma intimação da Polícia Federal, a mando de Alexandre de Moraes, e respondeu a bala, Cristiane Brasil não retrucou as falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, e disse “entender” a reação do político que está às vésperas de uma difícil disputa por sua reeleição. Ela não criticou Bolsonaro e diz que irá votar 22 no pleito deste domingo, do qual na sua opinião “vai decidir o destino do Brasil para os próximos anos”.
“Bolsonaro tem que focar na eleição. Ele está em uma disputa bastante complicada, em que o judiciário trabalha para favorecer Lula nesta eleição, é importante não levar desgaste para a sua candidatura no momento como esse”, explicou Cristiane, que aposta em sua vitória, dizendo que não acredita na maioria das pesquisas amplamente publicadas pela grande mídia que dão a vitória a oposição.
Planos para atuar na defesa dos que considera perseguidos políticos da nova era
Além do baque que sofreu com transferência de seu pai para uma prisão comum, em Bangu, Cristiane Brasil sofreu outro duro golpe : a fusão do PTB com o Patriotas. Com isso, se encerra décadas do partido que nasceu na Era Vargas e que ajudou a construir o trabalhismo no Brasil. Diante desde novo quadro, Cristiane explicou que não havia outra alternativa para seus partidários, já que a justiça estaria intencionalmente trabalhando para destruir um dos maiores feitos por Roberto Jeferson.
Só que, mesmo diante de tanta pressão, Cristiane Brasil disse ao Rjpost que quer ser ativista política voltada a apoiar aqueles que foram perseguidos por aqueles que considera a “ditadura da toga”, voltando mais uma vez sua metralhadora giratória em direção ao Xandão. “Não deixarei de lutar por um Brasil avançar ainda mais, num país onde é preciso que tenha mais liberdade, democracia sem as intervenções descabidas e absurdas de parte do judiciário, de Alexandre de Moraes e a dona Carmen Lúcia. Quero dar assistência a todos os que, como meu pai, são perseguidos por essas pessoas que querem mesmo é eleger o Lula”, completou ela, que desde sábado teve sua conta no Twitter bloqueada por decisão de Moraes.
Foto: divulgação PTB