Produção industrial brasileira mostra estabilidade em agosto, mas juros altos ameaçam recuperação aponta Firjan
A produção industrial brasileira apresentou uma leve alta de 0,1% na passagem de julho para agosto, demonstrando as dificuldades do setor em manter um crescimento constante. A nova elevação da taxa de juros, entretanto, pode comprometer ainda mais o desempenho industrial nos próximos meses, afetando setores estratégicos que dependem de condições de crédito favoráveis.
Entre os setores mais impactados estão os bens de consumo duráveis, como veículos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que permanecem 7,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 30% abaixo do recorde registrado em março de 2011. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) destacou que a principal barreira para a redução sustentável dos juros é a incerteza fiscal.
De acordo com o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, “a falta de convicção na contenção dos gastos públicos e a alteração na política fiscal, que agora busca apenas atingir o limite mínimo da meta, geram dúvidas sobre o compromisso com a sustentabilidade da dívida pública.”
Goulart acrescenta que o reequilíbrio da relação dívida/PIB a longo prazo é essencial para a redução dos prêmios de risco, o que permitiria a diminuição das taxas de juros e contribuiria para a retomada sustentável da indústria nacional. A necessidade de dissipar essas incertezas fiscais é vista como crucial para criar um ambiente econômico mais favorável para o setor industrial.