Governo Federal reduz ultraprocessados na merenda escolar e prioriza alimentação saudável

A partir de 2025, as escolas públicas brasileiras terão um limite de 15% para alimentos processados e ultraprocessados na merenda escolar, com uma meta ainda mais rigorosa para 2026, reduzindo esse percentual para 10%. A medida, que impactará cerca de 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas públicas, busca promover refeições mais saudáveis e equilibradas, contribuindo para a nutrição e o desenvolvimento infantil.

A nutricionista Laís Marinho, docente da Estácio, destaca que a redução desses produtos pode diminuir a obesidade infantil, melhorar a concentração dos alunos e incentivar hábitos alimentares mais saudáveis. “Os ultraprocessados são ricos em açúcar, gordura e sódio, mas pobres em nutrientes essenciais. Diminuir seu consumo trará benefícios significativos para a saúde das crianças”, afirma.

Entretanto, a implementação dessa mudança enfrenta desafios, como restrições orçamentárias e a aceitação dos novos cardápios pelos estudantes. Segundo Marinho, a adaptação pode ser difícil, já que muitas crianças estão habituadas a alimentos com altos teores de açúcar e gordura. Além disso, o custo da merenda varia conforme a região, o que pode dificultar a substituição por ingredientes in natura e minimamente processados.

Para garantir o sucesso da iniciativa, a nutricionista ressalta a necessidade do envolvimento das famílias. “A escola pode reduzir ultraprocessados, mas se em casa o consumo continuar alto, a mudança será limitada. É fundamental que os pais incentivem hábitos alimentares saudáveis, incluindo mais frutas e verduras na rotina alimentar das crianças”, destaca Marinho. Ela sugere ainda a preferência por alimentos da estação e de produção local, que além de mais acessíveis, contribuem para uma alimentação saudável e sustentável.

A nova diretriz do Governo Federal representa um avanço na política alimentar escolar e pode transformar a relação das crianças com a comida, promovendo um impacto positivo na saúde e qualidade de vida dos estudantes brasileiros.