Artesanato une Brasil e Portugal na exposição “O DOM da Artesania”, com curadoria de Cocco Barçante
A riqueza do artesanato brasileiro e português ganha destaque internacional na exposição coletiva “O DOM da Artesania”, que será inaugurada nesta quinta-feira, na Galeria Arte da Graça, em Lisboa, e segue até 6 de julho. Com curadoria do artista visual Cocco Barçante, a mostra celebra a criatividade, a tradição e a identidade cultural dos dois países, reafirmando os laços históricos e afetivos entre Brasil e Portugal por meio da arte manual.
Promovida pelo Museu do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, sediado em Petrópolis, esta será a quarta participação de Cocco em solo português. A iniciativa destaca o artesanato como expressão legítima da cultura popular e ferramenta de valorização dos saberes ancestrais e do talento de artesãos contemporâneos.
Segundo o curador, a exposição propõe uma troca estética e simbólica entre os dois países: “Enquanto artesãos brasileiros se inspiram na tradição portuguesa, os portugueses se encantam com a diversidade e ousadia do artesanato brasileiro. Essa troca gera uma conexão afetiva e cultural profunda”, afirma Cocco.
A exposição tem origem na Coleção DOM/2007, desenvolvida por Cocco Barçante a partir de seu trabalho com comunidades periféricas no Rio de Janeiro, incentivando o empreendedorismo cultural. A sigla DOM, criada por Marcia Manhães, simboliza Dignidade, Ousadia e Maestria – valores que permeiam toda a mostra, em obras que dialogam com referências como Bispo do Rosário, Dona Isabel do Vale, Bordalo Pinheiro e Bordalo II.
A curadoria da mostra é assinada por Lucimar Cunha e Marcia Manhães, com gestão de Rui Lagartinho, e conta com o apoio de instituições como a Junta de Freguesia de São Vicente, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura de Três Rios, o Sebrae RJ e a própria Galeria Arte da Graça.
Outro símbolo forte da exposição é a cor amarela, escolhida para representar energia vital, esperança e renovação. A mostra é, assim, uma ode à resistência e à reinvenção do fazer manual como linguagem viva, que conecta territórios, histórias e afetos.