Rock The Mountain investe em acessibilidade e garante inclusão no festival
De tradução em libras de shows e cardápio com audiodescrição a espaços exclusivos para pessoas com deficiência; veja infraestrutura do evento para Pessoas com Deficiência
O Rock The Mountain, segundo maior festival de música do Estado do Rio de Janeiro, investe em acessibilidade para garantir a inclusão no festival. O evento vai reunir no Parque de Itaipava grandes nomes da música brasileira sábado e domingo mais os dias 12 e 13 de novembro e garante tradução em libras dos shows nos palcos Floresta, Estrela e Mangolab, audiodescrição nos shows dos palcos Floresta e Estrela e espaços exclusivos para Pessoas com Deficiência (PCD).
Shows de Gilberto Gil, Lulu Santos, Gloria Groove, Furacão 2000, Jorge Ben, Ney Matogrosso, Duda Beat, Alice Caymmi, Detonautas, Fernanda Abreu, Baco Exu do Blues, Fernanda Abreu, Paralamas, Liniker, Lamparina, Clarissa e Afrocidade, são alguns dos que contarão com a acessibilidade.
“O Rock The Mountain está em sua sétima edição e é um festival que vem crescendo em tamanho de público nos últimos anos, atraindo cada vez mais pessoas de diferentes estados do Brasil. Além de ser um evento que já nasceu preocupado com a Sustentabilidade, também quer garantir que todos possam curtir a experiência de estar em um Festival. Por isso, a inclusão é também um dos nossos pilares”, destaca o organizador do RTM, Ricardo Brautigam.
Nesta edição, o festival contratou o ator petropolitano, Pedro Fernandes, que é usuário de cadeira de rodas. Ele está prestando consultoria para deixar o evento ainda mais acessível.
“A acessibilidade está prevista na Lei de Inclusão e é muito importante um evento com a dimensão do RTM ter esse olhar inclusivo para servir até mesmo de exemplo na cidade para que outros eventos incluam a pauta não só porque é lei, mas para garantir que as pessoas com deficiência sejam incluídas. Todo esse trabalho no RTM tem o intuito de dar visibilidade à pauta PCD e autonomia e inclusão para as pessoas com deficiência que vão curtir o evento. Ainda tem essa preocupação com a valorização profissional. Eu estou trabalhando no festival”, conta.
Já ao chegar no evento, há estacionamento para cadeirantes. Na entrada, há espaço para a cadeira de rodas passar e, em todos os dias do festival, é disponibilizado o kit livre, equipamento que transforma a cadeira de rodas em um triciclo motorizado. Há ainda um espaço exclusivo para pessoas com deficiência nos palcos principais e também no Palco Mangolab. O acesso é com a pulseira, disponível na entrada do evento e na área PCD.
Além de garantir que as pessoas com deficiência consigam assistir aos shows, o evento também possui cardápio com audiodescrição, via QR Code, em todos os bares e Praça de Alimentação. Os bares também possuem infraestrutura rebaixada. O evento conta ainda com banheiros adaptados no Parque de Itaipava.
Ações de sustentabilidade
Na edição de abril, 293 toneladas de gases de efeito foram compensadas. Para isso, a organização do evento realizou a compra de créditos de carbono, gerados por projetos certificados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com essa iniciativa, o RTM conquistou o selo Neutralize Carbono.
Em abril, o festival também conquistou o Selo Rumo ao Lixo Zero, do Instituto Lixo Zero Brasil, por ter conseguido desviar 74% dos resíduos de aterros e incineração. Agora, nesta edição de novembro, o objetivo é chegar a 90% e conquistar a Certificação Lixo Zero.
Pensando em reduzir a emissão de gases do efeito estufa, o festival estimula ao máximo o uso de transportes coletivos em detrimento ao individual. O evento conta com ônibus saindo de São Paulo, do Rio de Janeiro, Teresópolis e até mesmo do Centro de Petrópolis.
Com relação à gestão dos resíduos, o RTM trabalha fazendo o encaminhamento e a destinação correta que vai desde o lixo reciclável até o orgânico. O material reciclável é destinado para cooperativas de catadores, gerando emprego e renda. Na última edição, foram 13,5 toneladas enviadas para uma cooperativa, em Itaipava, que emprega 22 pessoas. Já o resíduo orgânico é enviado para compostagem e vira adubo. Até o óleo consumido durante o evento é encaminhado para uma empresa parceira e é transformado em sabão em barra.
E não é só isso. Toda a parte de ornamentação do festival também é encaminhada para a reutilização, como madeira, lonas, pallets e carpetes. Das lonas que foram utilizadas na edição de abril, parte será reutilizada agora em novembro e o que não foi possível direcionar para o reuso foi encaminhado para uma empresa parceira para ser transformado em bolsas e malas. “
Não uso de plástico e alimentação vegetariana
O Festival também estimula o não uso de plástico. Isso tanto junto ao público que vai curtir o festival, disponibilizando eco-copos para comercialização e incentivando que as pessoas levem suas garrafinhas – desde que não seja de empresas concorrentes ao evento, quanto aos fornecedores / patrocinadores.
Para isso, uma das iniciativas é oferecer bebedouros gratuitos em pontos estratégicos, o que diminui consideravelmente o uso de garrafas pets.
Na última edição, a área de gastronomia apostou também em embalagens com potencial de reciclagem, como de papel kraft, mandioca e teve também garfo de amido de milho. Já a alimentação disponibilizada no festival é vegetariana. Entre os benefícios estão: a redução da pegada de carbono, do consumo de água, do desmatamento e das mudanças climáticas, além da preservação da biodiversidade.
Impactos sociais
O Rock The Mountain leva em conta o tripé da sustentabilidade e, portanto, aposta em uma série de medidas não só ambientais, mas também econômicas e sociais. Nesta edição de novembro, o festival está contratando, para a área da limpeza, mulheres vítimas das tragédias que atingiram a cidade neste ano. A iniciativa é uma parceria com a ONG Todos Juntos Ninguém Sozinho, que busca a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho.
O Festival também tem um ponto para doações de alimentos, estimulado por meio do Ingresso Meia Solidária. Em abril, foram arrecadadas 10,8 toneladas de alimentos que foram recolhidos pelo Rotary Club e pela Associação Filantrópica de Petrópolis (AFIPE), que ficaram responsáveis por montar as cestas básicas e doar para a comunidade local.
Biodiesel, como fonte de energia
A única fonte de energia utilizada no evento é o Biodiesel, que emite 90% menos gases do efeito estufa, comparado ao Diesel convencional, e aumenta a qualidade do ar na área do Festival.
Plantio de árvores
Nesta edição do festival, serão plantadas árvores nativas e frutíferas nativas da Mata Atlântica, no Parque de Itaipava. A ideia é incrementar a biodiversidade na mata local.
A ação ocorre durante o evento, uma maneira de interagir com o público para conscientizar sobre educação ambiental.
Entre as espécies frutíferas estão: pitanga, nespera, amora, grumixama, goiabas branca e vermelha. Já as nativas são: quaresma roxa, quaresma rosa, ipês jardim, rosa, amarelo, branco e roxo, sibipiruna, canafístula, aroeira salsa e aroeira pimenta.
Porta guimba
O festival também tem alternativa para as guimbas de cigarro. Elas podem ser depositadas em um porta guimba, que é deixado no festival por meio de uma parceria com a Eco-hub.
Foto: divulgação