Escola de Música Santa Cecília lança campanha acessibilidade na arte
Foi aberto um financiamento coletivo para intervenções de acessibilidade no prédio da EMSC
A Escola de Música Santa Cecília tem um grande desafio para 2023: Tornar acessível o prédio de 8 andares, localizado na Rua General Osório, no Centro de Petrópolis. O principal objetivo é fazer com que todos e todas tenham acesso ao espaço, que oferece aulas de música, teatro, dança e participar de outros cursos projetados 2023.
“Este é um trabalho real de inclusão, inspirado no meu avô e nas diversas campanhas organizadas por ele para levar arte e cultura para a população”, destacou a presidente Janine Meirelles.
Para isso foi aberta uma campanha de financiamento coletivo, no site Kikante, onde qualquer pessoa pode contribuir, com valores a partir de R$5,00 (cinco reais).
No plano de acessibilização estão previstas várias intervenções, como a troca e ampliação das portas do elevador; aumento na largura da caixa de entrada do elevador; rampas de acesso ao hall de entrada e ao Teatro Reynaldo Chaves (auditório); construção de um banheiro adaptado no quarto andar; colocação de piso tátil em todos os andares; informações em braile no elevador e nos andares; e ainda a reforma das instalações elétricas do Teatro Reynaldo Chaves. Em um valor estimado de R$ 250 mil.
A equipe da Escola de Música já vem desenvolvendo projetos que vão poder ser colocados em prática após as obras de acessibilização. Entre eles, aulas de teatro para cadeirantes, 50 vagas gratuitas para aulas individuais de instrumentos ou canto para pessoas com deficiência de qualquer natureza e a montagem de uma orquestra.
A campanha faz parte do projeto Acessibilização Philippe Guedon Petrópolis, desenvolvido em parceria com o Serratec – Parque Tecnológico da Região Serrana, e o Instituto Biomob – Observatório da Diversidade e Inclusão, que conta com uma séria de iniciativas voltadas para a inclusão das pessoas com deficiência, em todos os setores: arte, educação, esporte, emprego, entre outros. A homenagem a Philippe Guedon se deve a sua dedicação às causas sociais.
Para doar e contribuir com a campanha Acessibilização na Arte, basta acessar o site https://www.kickante.com.br/crowdfunding/acessibilizacao-na-arte. Os pagamentos podem ser feitos via PIX, boleto bancário ou cartão de crédito.
“Contamos com a ajuda e a participação de todos que puderem nos apoiar a tirar o esse sonho do papel. Qualquer quantia é bem-vinda e vai somar para o projeto”, finalizou Janine.
Mais informações sobre a Escola de Música Santa Cecília, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, à Rua General Osório, 192, Centro, por meio do telefone (24) 2242-2191, do WhatsApp (24) 98823-8811 no Instagram: @emusicasantacecilia (https://www.instagram.com/emusicasantacecilia/) ou ainda no Facebook: @santaceciliapetropolis (https://www.facebook.com/santaceciliapetropolis).
SERVIÇO
Campanha Acessibilização na Arte – Escola de Música Santa Cecília
Contribuições: https://www.kickante.com.br/crowdfunding/acessibilizacao-na-arte
Escola de Música Santa Cecília
Rua General Osório, 192
(25620-160) Centro, Petrópolis – RJ
Google Maps: https://goo.gl/maps/y3euNmLBzsfcwtXv8
SOBRE A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA
A Escola de Música Santa Cecília, foi fundada em 16 de Fevereiro de 1893, pelo professor de música João Paulo Carneiro Pinto, pernambucano talentoso e músico conhecido por sua excelência, atestada por uma das suas premiações, a “Medalha de Ouro” do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. O professor, trazido para Petrópolis pela Família do Barão Araujo, que venerava Petrópolis, assim como outras tantas famílias que tinham a cidade como refúgio do calor e dos problemas de saúde que enfrentavam na então capital do Brasil, Rio de Janeiro.
Além disso, com a industrialização, na última década do século XIX, Petrópolis atraiu trabalhadores do exterior, como também de todo país, estabelecendo uma união estreita da cidade com os mineiros imigrantes, através do trem de ferro. A República, recém instaurada, sofria pressões políticas, e a Revolta da Armada contra o governo de Floriano Peixoto feria a paz, estando decidida a mudança da capital do Estado do Rio de Janeiro para Petrópolis. Os verões alegres da cidade, a tranquilidade, o ambiente saudável, a garantia de emprego, tornaram-se atrativos para uma nova população que pouco a pouco integrou-se aos colonos alemães.
Por causa de toda esta ebulição, o músico João Paulo Carneiro Pinto, abandonou a vida carioca, fixou residência em Petrópolis, onde inaugurou um ensino de música para 34 crianças bem dotadas musicalmente e, principalmente, sem recursos, na escola que leva o nome da padroeira da música, Santa Cecília. Passando de um prédio a outro de doações e subvenções do poder público e do empresariado, a Escola foi inicialmente acolhida no Hotel Bragança, que nada cobrava do maestro.
A escola de Paulo Carneiro tornou-se presença obrigatória em toda a vida cultural e festiva de Petrópolis, não só pelo ensino como pela orquestra, participante efetiva de todas as festividades públicas e particulares. A extraordinária e muito respeitada figura do maestro foi presença marcante na vida petropolitana. Ao falecer, a 10 de Setembro de 1923, seu último pedido a amigos e devotados auxiliares: Não deixem morrer a minha Escola!
Na manhã de 23 de Setembro de 1923 reuniram-se esses amigos com Sanctino Carneiro, filho do maestro, que abriu mão de todos os bens do pai – representados por instrumentos musicais e a própria escola – iniciando a organização da sociedade civil, hoje conhecida como a Escola de Música Santa Cecília.
De prédio em prédio, a sociedade adquiriu, por fim, uma pequenina casa na rua Marechal Deodoro, número 192, esquina da Rua Marechal Deodoro com a Rua General Osorio, onde se instalou com cursos musicais, abrindo seu salão para atividades artísticas em geral, que abrigavam também um cine-teatro. Graças a uma campanha sólida de arrecadação junto à população petropolitana, em 1950 o pequeno prédio foi demolido e as obras começaram. Durante o período de construção, a escola funcionou no Palácio de Cristal. Cinco anos depois, em 1955 foram inaugurados o Edifício Paulo Carneiro e o Teatro Santa Cecília, consolidando o sonho do Maestro Paulo Caneiro.
Esta ano, a Escola de Música Santa Cecília comemorou 129 anos de existência. Dentre as centenas de alunos, professores e dirigentes, que passaram por seus bancos escolares e administrativos, destacam-se três notáveis personalidades musicais, todos petropolitanos natos, representantes de três fases da Escola: da primeira (século XIX), a pianista Magdalena Tagliaferro, aluna do maestro Paulo Carneiro; da segunda (primeira metade do século XX), o maestro, pesquisador e compositor César Guerra-Peixe; e da terceira (segunda metade do século XX), o maestro, compositor e pesquisador Ernani Aguiar.
BREVE HISTÓRICO SOBRE PHILIPPE GUÉDON
A Democracia como meta e a participação popular como ferramenta para a consolidação do processo democrático sempre fizeram parte da vida de Phillipe Guédon. Nascido na França, Philippe se mudou pela primeira vez para o Brasil em 1935. Depois disso, voltou em 1950 para o país europeu e retornou ao Brasil em 1957, mantendo residência no Rio de Janeiro. Em Petrópolis, chegou em 1974 e foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do distrito de Itaipava, onde foi o primeiro a criar uma Associação de Moradores da região.
Entre os anos de 1989 e 1992 foi vereador da cidade. Em 1994, começou a planejar o PHS (Partido Humanista da Solidariedade), partido que recebeu o registro definitivo em 1997. Até 1999 foi presidente do PHS e se desligou do partido em 2011.Além de ter sido secretário municipal na década de 90, foi também fundador, junto com outras lideranças comunitárias, da primeira Cooperativa de Reciclagem de Petrópolis, a D’Esperança.
Em novembro de 2011 ele se tornou notícia ao fazer questão de votar mesmo sem acessibilidade na sua seção. Na ocasião ele subiu um lance de escadas sentado para poder votar no 1º turno das eleições, e disse à imprensa que o ato de votar é a ideia da Democracia, por isso nunca havia perdido uma eleição. Foi também fundador, junto com outras lideranças comunitárias, da primeira Cooperativa de Reciclagem de Petrópolis, a D’Esperança.
Em 2013 fundou o Instituto de Gestão Participativa (Ipgpar), atualmente Instituto Philippe Guédon, que tem como um dos objetivos não apenas manter viva a memória de Guédon, mas dar continuidade a seus projetos que envolvem a capacitação dos cidadãos para uma gestão participativa. Entre seus mais recentes trabalhos, destaca-se o PEP 20 (Planejamento Estratégico para Petrópolis nos próximos 20 anos), que faz parte de um ideal maior de Guédon, que é a criação do Instituto Koeler de Planejamento.
Foto: divulgação