Acampamento bolsonarista resiste em Petrópolis e mantém vigília mesmo após a posse de novo presidente

Roberto Márcio
Redação Rjpost

O Brasil tem um novo presidente, mas a resistência civil que cobra, entre várias coisas, a recontagem dos votos na última eleição geral, segue forte como nunca. Nesta terça-feira, completou o 63º dia desde que começaram os movimentos em frente aos quartéis que se espalharam em todo o país. Em Petrópolis, a luta não só vai permanecer como também vai cobrar de Lula as pautas que defenderam desde os tempos de Jair Bolsonaro, como o combate à corrupção, por exemplo.
A reportagem chegou por volta das 11h30 no acampamento em frente ao 32º Batalhão de Infantaria Leve, no bairro Bingen. E encontrou cerca de 20 pessoas que , entre uma conversa e outra, falam sobre o que será do Brasil com a chegada do candidato do PT à presidência. Mesmo com a posse de Lula, os manifestantes deixaram claro que não vão arredar pé do local até que se conheça a verdade sobre as urnas e, principalmente, a remoção do petista da cadeira mais importante do país.
“Sabemos que muitas pessoas se decepcionaram. Só que essa luta vai além das questões eleitorais, pois o que está em jogo ée o Brasil, seu presente e o futuro. Nas mãos de Lula, este país voltará a ser um ninho de corrupção e o povo não tolera mais isso. Quanto a nós, aqui no acampamento, seguiremos até que a população se conscientize de que somos o supremo”, disparou um dos manifestantes, R.M.O, que prefere omitir o nome para evitar processos – o STF já expediu dezenas de pedidos de prisão dos chamados manifestantes anti-democráticos”.
As pessoas que lá estão ficaram em menor número durante a semana. A pequena frequência é vista como algo natural, já que muitos trabalham. Já no fim de semana, o número de manifestantes aumenta consideravelmente, chegando a mais de 100. E vale lembrar que, no segundo tempo da eleição presidencial, Bolsonaro levou 65 por cento dos votos, reflexo de uma cidade que, embora tenha um governo de esquerda, vota em bloco na direita.
Em Petrópolis, de acordo com os manifestantes, não existe um prazo para deixar o acampamento na área militar. Todos aguardam alguma notícia de que Jair Bolsonaro seja alçado a presidente reeleito do Brasil. Só que, pelo andar da carruagem, a mobilização servirá somente como instrumento de pressão sobre um novo governo.

Foto: Roberto Márcio