Macaé doa área para construção de Laboratório de Pesquisa
O prefeito Welberth Rezende, por meio do decreto 04/2023 (11/01/23), declarou de utilidade pública um terreno localizado ao lado do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ), no bairro São José do Barreto. A área será doada à universidade, possibilitando a ampliação do Laboratório de Pesquisas de Doenças Emergentes e Negligenciadas do instituto.
A ampliação do laboratório favorecerá a expansão das atividades de pesquisa da covid-19, zica, chikungunya, varíola do macaco, protozoários que causam a doença de Chagas, entre outras. Propiciará ainda a formação continuada e qualificada dos alunos da UFRJ e de outras universidades sediadas na Região Norte Fluminense, em saúde e ciências biológicas. O laboratório expandido tornará possível a formação de mais mestres e doutores através dos Programas de Pós-graduação ‘sensu stricto’ já implantados no Nupem e de cursos de graduação e pós-graduação ‘lato sensu’, na área da saúde.
“A doação deste terreno para o Nupem, com ampliação de laboratórios, trará significativos benefícios à população. Os laboratórios irão dispor de equipamentos de última geração e uma estrutura avançada com nível de biossegurança 3 para atendimento ao cidadão e para pesquisas. Outra contrapartida será a formação continuada e qualificada de professores. Muitos deles atuarão junto aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Macaé. Fora isso, há a possibilidade de novos cursos, atendendo à indústria de energia”, declarou o prefeito.
O Nupem/UFRJ, dirigido pela Doutora em Ciências Morfológicas, Cintia Monteiro de Barros, e pelo Doutor em Zoologia, Fábio DiDario (vice-diretor), conta atualmente com 60 docentes, 40 técnicos e cerca de 500 alunos na graduação e pós-graduação. Ele foi criado a partir do interesse de pesquisadores em compreender a ecologia das lagoas costeiras da região Norte Fluminense no início da década de 1980. Sua sede, construída pela prefeitura, foi inaugurada em 2006, ano em que passou a sediar o primeiro curso de graduação em um campus avançado da UFRJ, vinculado ao Instituto de Biologia.
A diretora do Nupem salienta que a iniciativa da prefeitura possibilitará ainda a expansão de cursos de graduação, como Biomedicina, Oceanografia e Licenciatura Interdisciplinar. Segundo Cintia Monteiro de Barros, o curso de Oceanografia trará maior compreensão dos oceanos e da área costeira do Norte Fluminense, explorada pela indústria de petróleo e gás, além de capacitação de profissionais na região. A gestora destaca ainda o caráter inovador do curso de Licenciatura Interdisciplinar.
“Será um curso que vem ao encontro do desejo da UFRJ de melhoria na formação dos professores, habilitando profissionais com amplo conhecimento na área de ciências, mas capacitados para atender aos estudantes de Ensino Médio e Fundamental de toda a Região Norte Fluminense”, disse a pesquisadora que completa: “Nós devolveremos conhecimento científico, como foi realizado durante o período da covid-19, e formaremos cidadãos com alta qualidade no ensino, como já é feito nas Ciências Biológicas. A direção do Nupem/UFRJ agradece a confiança do prefeito Welberth Rezende na instituição. Esperamos atender às expectativas dele e da sociedade macaense com este investimento em educação de qualidade”.
O instituto oferece atualmente o Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, implantado em 2013, e o Curso de Ciências Biológicas, na modalidade Licenciatura. Além disso, dispõe dos cursos de Pós-graduação em Ciências Ambientais e Conservação, Pós-graduação Profissional em Ambiente Sociedade e Desenvolvimento, Pós-graduação em Produtos Bioativos e Biociências, Programa de Pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas e Pós-graduação em Educação em Ciências e Saúde. A construção de novos laboratórios tornará viável resultados e análises mais específicos sobre diversas doenças, beneficiando toda a região.
Desde quando foi criado, o Nupem desempenhou relevante papel social. Em 1998, foi criado o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a partir de movimento científico e social por uma Unidade de Preservação no Norte Fluminense liderado pelo instituto. Atualmente a instituição se consolidou como referência em Pesquisa, Ensino e Extensão no Norte Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, e no exterior.
Foto: João Barreto