As marcas estão junto das tintas, nas telas: Os impactos avassaladores da maior tragédia da história de Petrópolis.

A enchente de 2022 deixou sua marca nas telas pintadas pela artista plástica Valéria Barros, que teve seu Atelier devastado. 
Localizado próximo ao Palácio de Cristal, em Petrópolis, o Atelier da artista plástica Valéria Barros tem marcas da chuva até hoje. A enchente de fevereiro de 2022 deixou centenas de mortos, bairros destruídos e o centro histórico devastado. Esse foi o cenário que tomou conta da Cidade Imperial em 15 de fevereiro de 2022.
Completando esta semana um ano da maior tragédia da história de Petrópolis, ainda é possível ver as marcas por toda a cidade. No Atelier da artista Valéria Barros elas ganharam um novo significado e assim surgiu a série de telas denominada “Dots” que em português significa círculos, pontos. “Minha série “dots” simboliza o ciclo da vida, não tem começo e nem fim. A natureza seguindo seu curso, o universo é Cosmos e não caos. O que me encanta é a perfeição da natureza, com sua luz, cores e formas, fonte de inspiração de minhas obras” afirma a artista.
Valéria conta que viveu momentos inexplicáveis como narra em seus vídeos publicados nas redes sociais mas que ao mesmo tempo encontrou forças para seguir em frente e dar continuidade à seu trabalho.
Fevereiro de 2022 pode ser definido em terror e solidariedade ao mesmo tempo. “Eu e amigos, inclusive de fora do Brasil fizemos questão de ajudar com doações às pessoas mais necessitadas. Eu vi rodas e oração, caminhões chegando com ajudas. Percebi que não estamos sozinhos.”
Um trabalho que a princípio poderia se perder em meio à lama, ganhou vida, cores e história.
Valéria conta que encontrou nas telas uma forma de usar a dor para fazer algo de positivo “e essa é uma mensagem que acho importante de destacar. Vamos unir forças e conseguir realmente resolver os problemas. Que a gente possa usar a nossa voz para conseguir recursos e ajudas para reconstruir”, afirma.
Um ano se passou e as marcas agora que fazem parte das telas ganham vida. “Que possamos olhar para os lugares que ainda estão em situações difíceis. Que a gente possa colocar cor, seguir em frente, fazer diferente.
A gente pode recomeçar, ajudar, estender a mão, ir junto! Usar a dor para seguir, mas seguir sorrindo.”
Foto: divulgação