Barra Mansa segue sem casos registrados de leptospirose

Vigilância em Saúde Ambiental orienta sobre prevenção à doença

As constantes chuvas das últimas semanas trouxeram sérias consequências estruturais para Barra Mansa, como o transbordamento de rios, alagamentos de ruas, quedas de barreiras e árvores, além de obstruções de várias estradas rurais.

Apesar do intenso volume de água nas vias públicas durante os temporais, a Secretaria de Saúde segue, até o momento, sem registrar nenhum caso de leptospirose no município.

De acordo com o coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Antônio Marcos Rodrigues, o momento é de alerta.

“Os casos de leptospirose são mais comuns no período de chuvas. Com as enchentes, as ratazanas acabam se desalojando das tocas e contaminam as águas pluviais através da bactéria Leptospira, transmitida pela urina deste roedor. As cheias podem trazer o esgoto para fora de sua circulação normal, o que também é um risco para a população. Por isso, é extremamente importante que as pessoas se protejam com botas e luvas para evitar o contato direto com as áreas infectadas”, explicou.

Alimentos, medicamentos que tiveram contato com as águas das enchentes precisam ser descartados. Já as latinhas de cervejas e refrigerantes devem ser higienizadas rigorosamente para evitar qualquer risco de contrair a doença.

SINTOMAS
Os principais sintomas da leptospirose são diarréia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Raramente, podem ocorrer aumento do fígado e/ou baço, dos linfonodos e sufusão conjuntival (edema) .

Ainda de acordo com Antônio Marcos a Leptospira contamina o organismo por meio de pequenas lesões, como arranhões e rachaduras no calcanhar.  “A bactéria penetra na circulação, se espalha pelos vasos sanguíneos e linfáticos e alcança os rins, fígado, cérebro e coração, onde é capaz de provocar lesões”.

TRATAMENTO
É feito por meio de antibióticos prescritos pelo médico. As orientações deste especialista devem ser seguidas rigorosamente. Também é importante manter o paciente bem hidratado.

O diagnóstico da doença é feito através do exame de sorologia, que detectam no sangue do paciente a presença de anticorpos contra as espécies de Leptospira, e na cultura de material coletado em condições ideais que permitam identificar a proliferação da bactéria.

PREVENÇÃO
Equipes da Vigilância em Saúde Ambiental em visita aos moradores de áreas afetadas pelas cheias dos rios alertam que a maneira mais eficaz de prevenção à leptospirose é o uso de equipamentos de proteção.

Na oportunidade, falam sobre a limpeza de quintais e garagens e o devido acondicionamento de rações para cães, gatos e galinhas. “Esses produtos e até mesmo as fezes desses animais atraem as ratazanas. Então, na hora de organizar a área externa a recomendação para o uso de luvas e botas também continuam valendo”, concluiu.

Fotos: Felipe Vieira