Campos dos Goytacazes confirma primeiros casos da febre do Oropouche
O município de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, registrou, em março de 2025, os primeiros casos da febre do Oropouche, uma arbovirose emergente transmitida pelo mosquito maruim, também conhecido como mosquito pólvora. A doença apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, zika e chikungunya, como febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar e mialgia. No entanto, possui um diferencial: um quadro bifásico, caracterizado por períodos alternados de melhora e recaída dos sintomas.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, a febre do Oropouche requer atenção especial, sobretudo para gestantes, pois o vírus tem afinidade com o sistema neurológico, podendo causar microcefalia e aborto espontâneo. A transmissão ocorre principalmente em áreas de mata e zonas rurais, onde o mosquito maruim se prolifera em matéria orgânica. “O risco é maior para gestantes, que devem redobrar os cuidados ao se exporem a esses ambientes”, alertou Kury.
A prevenção da doença exige medidas complementares ao uso de repelentes. Segundo Kury, o mosquito maruim morde, em vez de sugar, tornando necessário o uso de óleos corporais, como óleo de bebê, nas áreas expostas da pele para impedir a ação do vetor.
Diante do surgimento dos casos, a Prefeitura de Campos implementou um protocolo específico nas unidades de saúde e intensificou o treinamento das equipes médicas. Até 27 de março, a Secretaria Municipal de Saúde já havia confirmado dois casos, ambos recuperados sem necessidade de internação. O município segue reforçando suas estratégias de controle epidemiológico, priorizando o acompanhamento de pacientes com o quadro bifásico característico da febre do Oropouche.