Campos dos Goytacazes ultrapassa 10 mil usinas solares e se destaca nacionalmente
Um levantamento realizado pela Firjan revelou que Campos dos Goytacazes atingiu a marca de mais de 10 mil usinas solares instaladas em residências, comércios e indústrias (10.208). Esse número supera o de 10 capitais brasileiras, incluindo Vitória (ES), Recife (PE) e Curitiba (PR), mesmo com a população de Campos sendo três vezes menor que a dessas capitais. Dados da Aneel foram utilizados para essa análise.
O Atlas Solarimétrico do Estado do Rio, desenvolvido pelo Governo Estadual, indicou que as regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro apresentam os maiores índices de irradiação solar, sendo superiores à média na Alemanha, líder mundial em sistemas fotovoltaicos. A cidade de Campos dos Goytacazes destaca-se como um polo nesse cenário.
O aumento expressivo na instalação de usinas solares em Campos começou em 2018, passando de 220 para 3.444 em 2021. Mais de 90% dessas instalações são residenciais, enquanto o restante é dividido entre comércios e propriedades rurais. A cidade está atrás apenas da capital, Rio de Janeiro (19.879), e à frente de Niterói, que possui densidade demográfica similar.
O setor industrial de cerâmicas em Campos foi pioneiro nos investimentos em energia solar, e mais de um terço das cerâmicas locais já conta com sistemas fotovoltaicos. Isso não apenas contribui para a sustentabilidade, mas também torna as indústrias mais competitivas ao reduzir custos.
Segundo a Firjan, a energia solar traz benefícios como estabilidade no fornecimento, proteção contra inflação em reajustes tarifários e economia de até 30% para alguns setores industriais. Além disso, a transição para fontes renováveis, como solar e eólica offshore, aliada à digitalização do setor, cria oportunidades significativas para a região, que já está prevendo cerca de US$ 85 bilhões em investimentos em eólica offshore nos próximos anos. A geração limpa e o aumento do mercado livre tornam o setor industrial mais eficiente e competitivo.
Apesar desses avanços, o estudo da Firjan aponta que o estado do Rio ainda possui a maior tarifa de energia elétrica para o setor industrial entre todos os estados do Brasil, evidenciando a necessidade de mais medidas para tornar a energia mais acessível e competitiva.