Cidades do RJ entre as piores para se viver, segundo estudo, e polêmica reacende debate sobre desigualdades regionais
Uma reportagem exibida recentemente pela Rede Bandeirantes (Band) gerou intensa repercussão ao revelar que cinco cidades do estado do Rio de Janeiro aparecem entre as piores para se viver no Brasil, de acordo com o estudo “Índice de Progresso Social Brasil 2025”, elaborado pelo Instituto Imazon. Os municípios citados são Duque de Caxias, Belford Roxo, São Gonçalo, Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes, todos enfrentando desafios graves em saúde, educação, saneamento básico e segurança.
Baseado em 57 indicadores extraídos de fontes como DataSUS, IBGE e ministérios federais, o levantamento oferece uma análise abrangente da qualidade de vida nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Duque de Caxias e Belford Roxo figuram entre os últimos colocados, refletindo dificuldades históricas da Baixada Fluminense, enquanto Nova Iguaçu e Campos também ocupam posições críticas, evidenciando os desequilíbrios regionais no estado.
A divulgação dos dados provocou reação imediata das prefeituras. A gestão de Nova Iguaçu argumentou que vários dos indicadores considerados estão fora de sua alçada direta — como o ensino superior e a estrutura do Judiciário —, mas garantiu estar atuando em áreas essenciais como saúde e infraestrutura sanitária. Já a Prefeitura de Duque de Caxias reafirmou seu compromisso com a melhoria da qualidade de vida e apontou investimentos em diversos setores, mesmo diante de obstáculos históricos.
O estudo, que busca ser uma ferramenta para o planejamento de políticas públicas, reacendeu o debate sobre as responsabilidades compartilhadas entre os entes federativos e a importância de uma abordagem mais conjunta e estratégica para enfrentar os gargalos sociais nas cidades fluminenses.
Especialistas e moradores também se manifestaram, criticando o tom da reportagem e alertando para o risco de estigmatização das localidades. Para eles, a matéria desconsidera os esforços locais e avanços recentes, além de não contextualizar adequadamente a complexidade socioeconômica dessas regiões. O episódio levanta questionamentos sobre como os dados são divulgados e utilizados, reforçando a necessidade de diagnósticos mais responsáveis e ações estruturantes de longo prazo para promover o verdadeiro progresso social no estado do Rio de Janeiro.