Crise na coleta de lixo em Petrópolis leva Câmara Municipal a discutir soluções emergenciais
A coleta de lixo em Petrópolis enfrenta uma crise sem precedentes, provocando insatisfação e transtornos à população. Nesta sexta-feira, a Câmara Municipal realizou uma reunião emergencial para debater o problema, reunindo vereadores e representantes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) e da Secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública (SSSOP).
O presidente da Comdep, Anderson da Silva Fragoso, explicou que a crise começou em novembro, quando a empresa Força Ambiental, responsável pela recepção dos resíduos, iniciou uma paralisação parcial, mesmo após o pagamento de R$ 800 mil referentes a outubro e novembro. Fragoso afirmou que o atraso de até 45 dias nos pagamentos não justificaria a interrupção dos serviços. “Caminhões ficaram horas para descarregar e não completaram suas rotas, agravando o acúmulo de lixo”, disse.
A empresa foi notificada para retomar os serviços em 24 horas, sob pena de multa, mas a paralisação se estendeu por mais de três semanas. Uma reunião mediada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) resultou em um novo prazo de dez dias para regularização.
Impactos e ações emergenciais
A Comdep tentou mitigar os impactos por meio de uma força-tarefa emergencial, remanejando caminhões para áreas mais críticas. Atualmente, a cidade opera com dois contratos: um com a empresa AMi3, que fornece caminhões e motoristas, e outro com a Força Ambiental, responsável pela recepção do lixo.
A transferência de resíduos para Três Rios, imposta por decisão judicial, também foi apontada como um fator complicador, aumentando custos e atrasos. Fragoso destacou que essa decisão não partiu da Comdep e reafirmou o compromisso da companhia em manter os serviços essenciais, mesmo diante das dificuldades financeiras.
Os vereadores Domingos Protetor, Júlia Casamasso e Mauro Peralta criticaram a gestão da crise, ressaltando os impactos sanitários e sociais. Domingos Protetor classificou a situação como um “caos sanitário” e afirmou que levará o caso ao Ministério Público. “A força-tarefa foi insuficiente, e o fechamento do transbordo na BR-40 só agravou a situação”, disse, pedindo ações imediatas e efetivas.
Com a pressão crescente, a Comdep enfrenta o desafio de reestabelecer a normalidade na coleta de lixo. A mobilização da Câmara e a atuação do MPRJ são vistas como passos essenciais para cobrar responsabilidade e buscar soluções que evitem que a população de Petrópolis continue a sofrer com o acúmulo de resíduos.