Curso da Unifase aborda impacto da seletividade alimentar na vida escolar de crianças

Conviver com crianças na primeira infância pode ser repleto de alegrias, mas também de desafios — e a hora da refeição costuma estar entre os mais frequentes. Recusas persistentes, birras à mesa e cardápios extremamente restritos são comportamentos comuns, mas que, em determinados casos, evoluem para uma condição conhecida como seletividade alimentar. A nutricionista e professora de Nutrição Materno Infantil da Unifase/FMP, Juliana Gouvea Schaefer, explica que o problema exige atenção quando se prolonga por mais de 30 dias e começa a interferir nas relações sociais e no estado nutricional da criança.

A seletividade alimentar pode incluir a recusa total de grupos alimentares, como frutas e vegetais, ou a rejeição por cor, textura e forma de apresentação. Segundo Juliana, esse comportamento é ainda mais comum entre crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que apresentam uma incidência de distúrbios alimentares cinco vezes maior do que as neurotípicas. Fatores como introdução alimentar inadequada e falta de progressão nas texturas também contribuem para esse quadro, especialmente entre os dois e quatro anos de idade.

“A seletividade alimentar passa a ser um problema quando traz estresse para a criança ou para a família, prejudicando a qualidade de vida e o convívio social. Identificar a causa é fundamental para um tratamento eficaz”, afirma Juliana. O acompanhamento profissional é essencial para desenvolver estratégias que ampliem o repertório alimentar e melhorem a relação das crianças com a comida.

Sensível à importância do tema, a Unifase/FMP está com inscrições abertas para o curso de extensão “O Impacto da Seletividade Alimentar na Vida Escolar”, que acontecerá no dia 12 de abril, no campus Barão. O curso é voltado para profissionais e estudantes das áreas de Nutrição, Psicologia, Pedagogia e Educação, e visa promover reflexões sobre inclusão, práticas educativas e o papel da articulação entre escola, família e saúde no enfrentamento da seletividade alimentar, com ou sem o diagnóstico de TEA.

As inscrições estão abertas até 10 de abril e podem ser feitas no site oficial da instituição. A proposta é capacitar os participantes para atuarem de forma integrada e consciente diante desse desafio crescente no ambiente escolar.