Dia do Atleta Profissional: saiba mais sobre os desafios da carreira
Dia 10 de fevereiro é comemorado no Brasil o Dia do Atleta Profissional. Essa carreira, apesar de parecer simples, é desafiadora em vários aspectos. De acordo com Diogo Barbosa, educador físico e coordenador do curso de Educação Física da Estácio Recife, o desejo de seguir na área esportiva profissionalmente geralmente vem desde cedo, ainda na infância.
“Muitas vezes a criança adere ao esporte ‘preferido’ ou imposto pelos pais, e ao longo de sua vida e crescimento, vai se desenvolvendo e potencializando suas capacidades, nascendo daí o desejo de fazer do esporte a sua carreira”, diz.
Além do núcleo familiar, a escola também se torna uma grande incentivadora, de acordo com Barbosa. “As escolas possuem papel importante nesse início e os treinadores muitas vezes são os responsáveis por impulsionar esses atletas em formação para clubes, espaços onde irão aperfeiçoar as técnicas, fortalecer os aspetos físicos, trabalhar o mental e assim aumentar suas chances de alcançar o profissionalismo no esporte”, afirma.
Diogo ainda salienta que apesar do senso comum de que atletas precisam ser jovens, alguns profissionais da área com idade mais avançada conseguem alcançar o sucesso. Porém, isso varia de acordo com as circunstâncias e modalidade esportiva. É importante destacar ainda que para um bom desempenho, o atleta profissional deve estar em constante aprendizado e equilíbrio.
“O meio esportivo é muito competitivo, o atleta profissional vai disputar com adversários em alto nível, por isso que quanto mais especializado e disciplinado ele for, maiores serão as chances de êxito”, ressalta Barbosa.
Não basta ser apenas bom em uma atividade física, o atleta que decide levar o esporte como profissão também encara obstáculos mentais e emocionais. “O psicológico é de fato importante, principalmente na esfera do alto rendimento. As questões de saúde mental que podem interferir no rendimento são causadas por desde ataques em redes sociais a perdas familiares próximas a competições, por exemplo”, diz o educador físico.
“É por isso que é preciso ter um treinamento multidisciplinar que inclua o acompanhamento com psicólogo esportivo, especializados neste contexto da vivência do atleta de alto rendimento, para que a mente possa acompanhar o corpo”, finaliza Barbosa.
Foco e resistência – Conciliar esporte, estudo e trabalho não é uma tarefa fácil. Muitos profissionais do esporte realizam atividades como estudo e trabalho em conjunto com os treinos e as competições. É o caso da atleta de basquete Manuella Aquino, que integra a equipe feminina da Estácio Recife.
“Eu posso dizer que desde a primeira vez que eu peguei numa bola de basquete, eu soube que era o que queria para minha vida, mesmo que lá frente desse alguma coisa errada ou eu tivesse um imprevisto que atrasasse minha carreira. A escolha de seguir uma vida de atleta profissional não é fácil. Tem que focar no treino, alimentação, hora do descanso, estudo. Tem que ter rotina”, explica.
De acordo com Manuella, que também é aluna do curso de Educação Física da Estácio, todo atleta tem que ter um planejamento das demandas que precisa dar conta todos os dias, como estudar, entregar projetos tanto na vida acadêmica como dentro da quadra. “É difícil, mas não impossível”, afirma. Para lidar com os altos e baixos da carreira de atleta também é preciso ter muita resiliência, segundo a esportista.
“Em 2022, fui cortada na fase de treinamento da seleção brasileira e isso mexeu muito comigo pelo fato de eu ter treinado muito para ficar entre o time principal e viajar e vestir a amarelinha. Quando eu voltei para a casa, questionei muito se era aquilo mesmo que eu queria para a minha vida, mas eu não desisti porque eu sabia que com toda certeza tinha algo muito maior me esperando lá na frente. Eu tive inúmeras dificuldades em relação a confiança em mim mesma dentro de quadra depois dessa questão, mas tive sempre o apoio da minha comissão técnica e da minha família para superar isso”, completa.
Foto: divulgação