Especial Paraty: Quilombo do Campinho – um refúgio cultural em Paraty
Na quarta reportagem especial sobre a região de Paraty, o RJ Post visitou no coração de Paraty, o Quilombo do Campinho, um símbolo vivo da resistência dos povos escravizados no Brasil. Com suas terras tituladas, essa comunidade quilombola encanta a todos com sua riqueza cultural e uma culinária irresistível.
Prepare-se para se encantar com a autenticidade desse refúgio histórico enquanto saboreia uma feijoada incrível e se delicia com quitutes de dar água na boca.
O Quilombo do Campinho
O Quilombo do Campinho, símbolo da resistência das pessoas escravizadas no Brasil, situa-se às margens de uma estrada que outrora cortava fazendas e residências. Essa comunidade quilombola, pioneira no Estado do Rio de Janeiro a ter suas terras tituladas, é um tesouro cultural repleto de tradições e uma culinária incomparável, tornando-se rapidamente uma das principais atrações turísticas de Paraty. É simplesmente impossível resistir à tentação de saborear sua incrível feijoada e se deliciar com seus quitutes irresistíveis.
Mesmo após o fim da escravidão no Brasil, a comunidade quilombola do Campinho não encontrou paz. A construção da rodovia BR-101 (Rio-Santos) nos anos de 1970 a 1973 trouxe inúmeros desafios para esses pacíficos moradores, pois a nova via valorizou toda a região, despertando o interesse de empreendimentos turísticos. Como consequência, muitos dos habitantes tradicionais foram expulsos de suas terras. No entanto, em 1994, os quilombolas de Campinho da Independência fundaram a Associação de Moradores do Campinho (AMOC) e começaram a lutar pela titulação coletiva de suas terras.
Hoje, a realidade é bastante diferente. As famílias que residem nesse espaço de resistência fazem questão de compartilhar sua cultura por meio de passeios guiados e, principalmente, da visita ao restaurante quilombola. É uma verdadeira imersão na culinária tradicional, com temperos e métodos de preparo transmitidos pelos antepassados.
O Rjpost teve o privilégio de presenciar o trabalho realizado pelas mulheres quilombolas, que é verdadeiramente notável. Elas recebem a todos com um sorriso no rosto e oferecem uma atenção especial aos clientes curiosos, prontas para compartilhar informações sobre os costumes dos escravos em um período tão desafiador para seus ancestrais. A perseverança na luta pela liberdade também trouxe recompensas na forma de uma comida fabulosa.
O desafio da autossustentação aliado à preservação do meio ambiente é encarado de forma natural pela comunidade quilombola. Suas principais plantações incluem mandioca (utilizada para fazer farinha) e cana-de-açúcar (utilizada nos engenhos de cachaça). Além disso, são cultivados feijão, arroz e milho. O artesanato, feito com taboa, taquara e cipó, é produzido principalmente para venda. Em 2001, foi construída uma casa de artesanato para expor e comercializar esses trabalhos.
O Quilombo do Campinho é um refúgio cultural que preserva suas tradições, exala hospitalidade e encanta a todos que o visitam. É um local onde a história e a culinária se entrelaçam, proporcionando uma experiência única e enriquecedora para os amantes da cultura afro-brasileira e para aqueles que buscam vivenciar a riqueza das comunidades quilombolas.