Expansão e inovação marcam operações offshore no Brasil

As estratégias de expansão das operações do mercado offshore no Brasil, desenvolvidas por grandes operadoras e companhias independentes sediadas em Macaé, assumem um papel relevante na atual composição da indústria do petróleo nacional. Essas estratégias estão alinhadas com a busca por inovação, baseada em pesquisas que já apontam soluções viáveis para reduzir os impactos ambientais das atividades de exploração e produção de óleo e gás.

No painel “PD&I e as tecnologias aplicáveis na transição energética”, realizado no segundo dia do Macaé Energy, empresas que atendem a demanda atual do mercado apresentaram casos de sucesso que seguem a meta de redução das emissões de carbono geradas pelas operações das unidades de produção offshore e nas bases operacionais em terra.

Tecnologias desenvolvidas com essas metas já estão sendo aplicadas em unidades que operam na Bacia de Campos. Marcelo Andreotti, gerente de tecnologia da SBM Offshore, uma das principais empresas da cadeia de serviços offshore em Macaé, destacou que a redução de carbono é prioridade no gerenciamento dos projetos da companhia, que busca alcançar a emissão zero de carbono em suas operações até 2050.

“Iniciamos o nosso planejamento focando nas áreas com maior índice de emissão, ligadas aos sistemas de geração de energia das nossas unidades. As metas avançam de acordo com o desenvolvimento de tecnologias que ainda não estão aplicadas em nossos equipamentos”, explicou Andreotti.

Os incentivos à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) estabelecem uma comparação entre as empresas do segmento offshore e gigantes da tecnologia globais, tornando o Brasil uma referência entre as nações que aplicam metas para a transição da matriz energética mundial.

“A descarbonização é alcançada através da busca por inovação e do desenvolvimento de projetos com a utilização de combustíveis alternativos, viabilizados pelo PD&I”, apontou Ricardo Sawaguchi, especialista da empresa Ouronova.

A presença de sistemas de geração de energia através de fontes renováveis no cotidiano da população brasileira também segue a linha de planejamento dos investimentos em novos projetos desenvolvidos pelo mercado. Estudos relacionados à incidência do sol e à potência do vento em vários pontos do país estão sendo realizados pela Petrobras, que investe no potencial das fontes renováveis como base para a transição energética no Brasil.

No entanto, Bruno Porto, gerente de PD&I em energia da Petrobras/Cenpes, aponta o desafio de tornar a energia gerada a partir de fontes renováveis mais segura dentro das necessidades operacionais da indústria em diferentes segmentos.

“Estamos investindo em pesquisas em tecnologias que podem se tornar soluções para esse desafio, como parques eólicos offshore, sistemas de captura de carbono e hidrogênio verde, que se apresentam viáveis como fontes de geração de energia limpa”, explicou Porto.