Fevereiro Verde: apesar de baixa incidência, população deve ficar de olho no câncer de vesícula biliar, alerta oncologista do CTO

Com incidência baixa, duas pessoas para cada 100 mil pessoas/ano, o câncer de vesícula biliar é uma doença silenciosa que, se descoberta em seus estágios mais avançados, pode ser fatal, alerta o médico oncologista do Centro de Terapia Oncológica (CTO), Bernardino Ferreira. Não é à toa, que este mês é destacado para lembrar da importância do diagnóstico precoce como principal arma para a cura da doença: o Fevereiro Verde.

A causa mais frequentemente associada a esse câncer são os cálculos de vesícula, principalmente os grandes, com mais de 3 cm. As estatísticas apontam que 80% dos tumores estão associados a inflamação e pedras, mas é importante destacar que apenas 3% das pessoas que têm pedras na vesícula vão desenvolver o câncer.

“Por ser um tumor menos comum, as causas de sua origem não são bem determinadas, mas, sem dúvida, o tabagismo e obesidade – assim como em outros tipos de cânceres – estão frequentemente associados a esse tumor”, explica o especialista do CTO, destacando que as ocorrências são mais comuns em mulheres do que em homens.

O especialista explica, ainda, que outras possibilidades para o desenvolvimento do tumor são os pólipos (principalmente acima de 1cm), algumas infecções bacterianas, uso de pílula anticoncepcional e terapia de reposição hormonal. É mais comum em trabalhadores com derivados do petróleo, têxteis, sapatos e celulose.

Sintomas

Os sintomas desse câncer são vagos e inespecíficos e podem não ocorrer em sua fase inicial.  O diagnóstico pode ser um achado através de exames de imagem do abdômen realizados para ver outros órgãos, através da ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética.

“Normalmente, são descobertos incidentalmente como ao se fazer uma ultrassonografia abdominal”, explica Bernardino. “Quando a doença está um pouco mais avançada temos a icterícia (amarelão da hepatite), dor abdominal, enjoos e vômitos, cansaço, coceira pelo corpo, perda do apetite e pode ter também febre, emagrecimento, cólica biliar e massa palpável no abdômen superior”, aponta.

         Tratamento 

O tratamento depende da situação no momento do diagnóstico da doença. De um modo geral é cirúrgico-curativo no seu início – com a retirada da vesícula. Caso seja mais avançado, os médicos recomendam, em geral, a quimioterapia e radioterapia utilizados de forma paliativa para aumento da sobrevida e melhor qualidade de vida do paciente.

“Como não se sabe exatamente como começa o câncer na vesícula biliar a prevenção torna-se um pouco mais difícil, mas sem dúvida podemos pontuar: hábitos de vida saudáveis como não beber álcool, não fumar, praticar exercícios, manter o peso compatível com altura, sempre que possível retirar a vesícula que contenha pedras e pólipos suspeitos e atenção ao se utilizar pílulas anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal”, destaca o especialista.

Foto: divulgação