Firjan alerta para impactos das tarifas dos EUA e defende negociação diplomática para proteger economia do Rio
A entrada em vigor, nesta quarta-feira, das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros acendeu o alerta na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A entidade defende uma mobilização entre os governos e o setor empresarial para buscar soluções diplomáticas que evitem retrocessos no ambiente de negócios e nos investimentos bilaterais.
Para a Firjan, o novo cenário ameaça a competitividade das empresas fluminenses, sobretudo micro e pequenas, que representam 38% do total de exportadoras do estado e respondem por US$ 311 milhões em vendas externas — cerca de 4% do valor exportado.
Embora os Estados Unidos mantenham uma histórica posição como principal investidor direto no Brasil e segundo maior parceiro comercial, as tarifas podem comprometer parte dessa relação. Somente em 2024, os EUA registraram superávit de US$ 7 bilhões na balança com o Brasil. No caso do Rio de Janeiro, estima-se que aproximadamente 2% das exportações fluminenses serão diretamente afetadas pelas novas tarifas, atingindo setores como alimentos e bebidas, borracha, plástico, pedras ornamentais, produtos gráficos, químicos, têxteis e pescado. Os efeitos, segundo a Firjan, também devem se espalhar indiretamente por toda a cadeia produtiva.
Levantamento da federação mostra que cerca de 67% das exportações fluminenses para os EUA continuam isentas ou fora do escopo tarifário — com destaque para os óleos de petróleo. Por outro lado, 31% estão submetidos a tarifas específicas, sobretudo nos segmentos de aço, alumínio e automóveis. A estimativa é que o impacto no PIB do estado alcance R$ 123 milhões.
Diante desse quadro, a Firjan reforça a urgência de uma articulação coordenada entre os setores público e privado, com foco na redução das perdas econômicas, manutenção de empregos e garantia da sustentabilidade empresarial. A entidade também defende o fortalecimento das ações diplomáticas e paradiplomáticas, em diferentes esferas, para buscar uma solução negociada e célere que minimize os danos provocados pelas novas barreiras comerciais.