Fórum Itaboraí avança com projeto multicêntrico para combater desigualdades em saúde na América Latina

O Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde/Fiocruz Petrópolis está liderando um projeto multicêntrico inovador, voltado para enfrentar as desigualdades sociais e iniquidades em saúde em áreas vulneráveis da América Latina. A iniciativa reúne especialistas de cinco países latino-americanos e utiliza ferramentas de Tecnologia Social para transformar realidades sociais precárias.

Na última semana, representantes dos Institutos Nacionais de Saúde Pública da Argentina, El Salvador e México, além da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) do Paraguai, estiveram em Petrópolis para a terceira fase do projeto. O foco foi avaliar a eficácia de metodologias como o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) e a Cartografia Participativa (CP) em territórios vulneráveis.

Lançado em junho, o projeto capacitou profissionais em temas como Determinação Social da Saúde, iniquidades em saúde e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com aplicação prática no bairro Alto Independência, em Petrópolis. Em uma segunda fase, os técnicos do Fórum Itaboraí viajaram para apoiar a implementação das tecnologias sociais em regiões da Argentina, Paraguai, Colômbia, El Salvador e México.

Felix Rosenberg, diretor do Fórum, destacou o impacto rápido das metodologias: “Foi feita uma radiografia precisa da realidade territorial. O DRP é um processo contínuo e transformador que envolve ouvir a população.” Já Marina Rodrigues de Jesus, assistente social, enfatizou a importância da participação comunitária, apontando o DRP como uma ferramenta contra-hegemônica.

Zaida Alvarez, de El Salvador, e Karol Cotes, da Colômbia, elogiaram a abordagem inovadora, destacando a geração de vínculos e o fortalecimento dos agentes comunitários.

Como próximos passos, o projeto irá desenvolver indicadores para sistematizar os resultados e criar um Observatório online, que reunirá informações úteis para outros territórios. Financiado pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (USA-CDC) e com apoio da Fiotec, a iniciativa almeja reduzir as desigualdades sociais e melhorar a saúde em comunidades de alta vulnerabilidade, alinhando-se às políticas da Fiocruz.