Greve na rede municipal de ensino de Cabo Frio em protesto contra terceirização da merenda escolar
A rede municipal de ensino de Cabo Frio enfrenta mais uma polêmica, com professores e funcionários entrando em greve a partir desta quinta-feira (26). O movimento ocorre em protesto contra a terceirização da merenda escolar e outras medidas que, segundo a categoria, ameaçam a qualidade da educação pública no município.
O principal ponto de controvérsia é a decisão da prefeita Magdala Furtado (PV) de transferir a gestão da merenda escolar para uma empresa terceirizada, elevando o custo da alimentação de R$ 8 milhões para quase R$ 50 milhões — um aumento de mais de 500%. Segundo membros do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), essa decisão foi tomada de forma unilateral, sem diálogo com a comunidade escolar ou órgãos de controle social. “Parece um processo obscuro, sem justificativa ou discussão prévia”, afirmou uma participante do CAE.
A coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe Lagos), Denize Alvarenga, ressaltou que os pedidos de acesso às informações sobre o processo de licitação foram ignorados pela administração municipal. “Pedimos há meses esclarecimentos sobre essa licitação milionária, e todos os pedidos foram negados. De repente, o secretário Rogério Jorge, que até pouco tempo afirmava desconhecer o processo, assinou o contrato e comunicou que as cozinhas das escolas agora pertencem a uma empresa privada”, relatou.
A terceirização da merenda levanta preocupações quanto à qualidade dos alimentos oferecidos aos alunos. A categoria teme que essa mudança leve à precarização dos serviços e à exploração dos trabalhadores. “Querem desviar milhões para empresas que servem comida de baixa qualidade, enquanto os servidores estão há dois anos sem reajuste e enfrentam calotes trabalhistas”, destacou um comunicado do Sepe Lagos.
Outro problema enfrentado pela educação municipal é a substituição do sistema de informações educacionais, o Geduca, o que pode comprometer o monitoramento de dados importantes para a gestão das escolas.
O candidato a prefeito e professor Rafael Peçanha (Rede) também se manifestou sobre a situação, classificando o escândalo na educação de Cabo Frio como alarmante.