Hidrogênio: O combustível do futuro impulsiona transição energética no Brasil

O hidrogênio, reconhecido como o combustível do futuro devido às suas baixas emissões de carbono, está se tornando uma peça central na transição energética global. No Brasil, especialmente no Norte do estado do Rio de Janeiro, há uma corrida para se tornar um importante produtor e consumidor desse energético. Após a aprovação do Marco Legal do Hidrogênio pelo Congresso Nacional na última quinta-feira (11), a Firjan revelou que, desde 2022, mais de R$ 636 milhões estão sendo investidos em 46 projetos de Pesquisa & Desenvolvimento de tecnologia relacionada ao hidrogênio em todo o país. Mais da metade desses recursos está sendo aplicada em 14 projetos no estado do Rio de Janeiro.

O levantamento “Mapa Estratégico do Hidrogênio para o Rio de Janeiro”, produzido pela Firjan SENAI SESI, destaca o grande potencial do estado como produtor de hidrogênio. O Rio de Janeiro, sendo o maior produtor de gás natural do país, possui projetos para expandir suas fronteiras de produção de energias renováveis, como a implantação de eólicas offshore ao longo da costa.

“A iniciativa privada está comprometida com o desenvolvimento desses projetos, e a Firjan está focada na formação de mão de obra para atender este novo mercado. Também contribuímos com o desenvolvimento de tecnologias por meio de nossa rede de institutos de tecnologia e inovação, com projetos de pesquisa focados em multiplicar o potencial do hidrogênio,” disse Francisco Roberto de Siqueira, presidente da Firjan Norte Fluminense, enfatizando a importância do marco regulatório para atrair novos empreendimentos.

Parceria Porto do Açu e Eletrobras

Em junho, a Prumo, holding que desenvolve o Porto do Açu, e a Eletrobras assinaram um Memorando de Entendimentos para avaliar a implantação de projetos de baixo carbono, focados na produção de hidrogênio renovável (H2R) e seus derivados. O acordo inclui a avaliação da viabilidade técnica, ambiental e financeira para a instalação da planta, além de recursos para pesquisa e desenvolvimento ou financiamentos públicos e privados.

Mauro Andrade, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Prumo, destacou que a parceria com a Eletrobras é crucial para consolidar o Porto do Açu como uma plataforma para a transição energética no Brasil. “O desenvolvimento do Porto do Açu como um hub de hidrogênio de baixo carbono se fortalece com a recente emissão da licença ambiental para projetos de hidrogênio renovável, amônia e e-combustíveis em uma área de 1 milhão de metros quadrados. A parceria com a Eletrobras contribui para uma matriz energética mais renovável e o desenvolvimento industrial em larga escala de hidrogênio verde no Brasil,” explicou Andrade.

Esses projetos serão integrados com as futuras usinas de energia solar e parques eólicos offshore, aumentando a eficiência e sustentabilidade, e potencialmente interligados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) usando a infraestrutura existente.

Além do Porto do Açu, o documento da Firjan destaca Macaé como a capital da energia, com potencial para expandir o uso regional do hidrogênio, especialmente nas usinas de fertilizantes.

O documento também aponta os desafios e oportunidades para o desenvolvimento do mercado de hidrogênio no Brasil. A gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso, mencionou a necessidade de regulação adequada, competitividade de preços, certificação, armazenamento, segurança e transporte como desafios. Entre as oportunidades, estão a ampliação de fontes de energia, descarbonização, desenvolvimento tecnológico e exportação do energético, além de atender ao mercado interno de fertilizantes e combustíveis sintéticos.

Marco Legal do Hidrogênio

A aprovação do Marco Legal do Hidrogênio (H2) no Brasil representa um avanço significativo nas regras e diretrizes para o mercado, criando um ambiente de segurança jurídica propício para atração de investimentos e novos projetos industriais. Com o potencial de R$ 40 bilhões em investimentos no estado do Rio de Janeiro, a nova lei permitirá a definição de limites para a baixa emissão de carbono do hidrogênio, tanto como fonte de energia quanto como insumo industrial. A análise da quantidade de dióxido de carbono equivalente por quilograma de hidrogênio será crucial para essa definição.

Esses avanços são essenciais para posicionar o Brasil na vanguarda da transição energética, utilizando o hidrogênio como um pilar fundamental para um futuro sustentável.