Ilha da Boa Viagem em Niterói: Um patrimônio histórico reabre suas portas após anos de restauração
Após anos de espera, a Ilha da Boa Viagem, em Niterói, volta a receber visitantes. Neste sábado (23) e domingo (24), o local ícone de afeto para os niteroienses estará aberto ao público em dois horários, às 14h e às 16h, com grupos de 40 pessoas por vez. As visitas devem ser agendadas pelo WhatsApp.
Este patrimônio arquitetônico histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passou por uma restauração meticulosa, um investimento de R$ 5,5 milhões da Prefeitura de Niterói. As intervenções recuperaram as estruturas da ilha, incluindo a imponente Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, o fortim e o casarão conhecido como castelo.
A trajetória da Ilha da Boa Viagem tem início em 1650, com a construção da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. Tornou-se um local de peregrinação para marinheiros, que agradeciam pelas viagens bem-sucedidas e buscavam bênçãos para as futuras jornadas. Esse fervor à Nossa Senhora da Boa Viagem culminava em festividades religiosas e procissões marítimas nas águas da Baía de Guanabara. A capela foi devastada durante a invasão francesa de 1711 e reconstruída em 1780, em estilo neoclássico.
Além da sua relevância religiosa, o monumento teve um papel histórico militar significativo. A vista panorâmica privilegiada da Baía de Guanabara fez da ilha uma peça crucial no antigo sistema defensivo do Brasil. Registros históricos indicam o ano de 1702 como o início da construção do fortim, equipado com entre cinco ou seis peças de artilharia. O casarão, apelidado de castelo, foi erguido na década de 1940 e abrigou a sede dos Escoteiros do Mar. A Ilha da Boa Viagem ressurge, não apenas como um marco da história, mas como um convite para o presente.