Inadimplência bate recorde e afeta quase metade da população adulta em Petrópolis
Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil revela um cenário alarmante: o Brasil atingiu em maio de 2025 o maior índice de inadimplência de sua história, com 70,7 milhões de consumidores negativados, o que representa 42,59% da população adulta. O aumento expressivo reflete os impactos de uma crise econômica que afeta desde os grandes centros urbanos até os municípios menores — como Petrópolis, onde aproximadamente 130 mil pessoas estão com o nome negativado, o equivalente a quase metade da população adulta local.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis, Cláudio Mohammad, o crescimento das dívidas é resultado direto do aumento no custo de vida e da dificuldade das famílias em manter suas finanças em dia. “Esses números refletem o grau de dificuldade que as famílias vêm enfrentando para honrar seus compromissos. Isso afeta tanto os consumidores quanto o varejo, aumentando o risco nas transações comerciais”, destacou.
De acordo com o levantamento, o número de inadimplentes subiu 6,28% em relação a maio de 2024, e o valor médio das dívidas é de R$ 4.743,23. Cada devedor possui, em média, 2,2 dívidas com diferentes credores, sendo o setor bancário o principal responsável pelos débitos (66,77%), seguido por contas de água e luz, comércio e outros serviços. A faixa etária mais afetada é a de 30 a 39 anos, representando quase 25% dos inadimplentes.
Diante do quadro, especialistas defendem ações conjuntas entre governos, empresas e a sociedade civil para conter o avanço da inadimplência e restaurar o poder de compra da população. “Se nada for feito, essa situação se tornará uma bola de neve ainda maior, agravando o endividamento, o estresse das famílias e os impactos sociais, enquanto o comércio sente o baque com a retração do consumo”, alerta Cláudio Mohammad.
O cenário reforça a urgência de políticas públicas que promovam educação financeira, renegociação de dívidas e acesso a crédito consciente, para que o país e cidades como Petrópolis possam evitar uma crise social mais profunda.