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Inadimplência no Brasil atinge 71 milhões e preocupa especialistas

O cenário da inadimplência no Brasil continua preocupante, com 71,37 milhões de pessoas negativadas em julho de 2024, o que corresponde a 42,91% da população adulta. Os dados, divulgados pelo Indicador de Inadimplência da CNDL e SPC Brasil, apontam um crescimento de 7,98% em relação ao mesmo período do ano anterior. Cada consumidor inadimplente deve, em média, R$ 4.777,28 e mantém dívidas com mais de duas empresas credoras, evidenciando a complexidade do endividamento no país.

Apesar do panorama geral, o comércio apresentou comportamento distinto: enquanto os bancos registraram alta de 17,01% nas dívidas atrasadas e contas de serviços básicos como água e luz cresceram 9,97%, o comércio registrou redução de 0,24% nas dívidas em atraso. Segundo Cláudio Mohammad, presidente da CDL Petrópolis, isso mostra que. “O consumidor ainda busca preservar seu relacionamento com a loja da sua cidade, seja para manter o acesso ao consumo imediato, seja pelo vínculo de confiança com o lojista.”

Um dado alarmante é a cronificação do endividamento. O tempo médio de atraso chegou a 28,3 meses, sendo que quase metade do crescimento anual (44,32%) está concentrada em débitos com mais de três anos de atraso. Mohammad alerta que. “Há um grupo de consumidores que simplesmente não consegue sair da situação de endividamento”, muitas vezes devido a pequenas dívidas que se acumulam e se transformam em bola de neve.

O perfil dos inadimplentes mostra maior concentração na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 23,67% dos registros — mais de 17,6 milhões de pessoas. Para o dirigente, os números reforçam a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas privadas focadas em educação financeira e renegociação de dívidas, com o objetivo de reorganizar financeiramente as famílias brasileiras.