Infestação de caramujos africanos exige ações preventivas e conscientização da população

O avanço dos caramujos africanos (Achatina fulica) em áreas urbanas tem se tornado um problema crescente e preocupante, conforme alerta a veterinária Carla Chicarino, coordenadora do setor de Controle de Animais Peçonhentos e Sinantrópicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Segundo ela, o controle eficaz da espécie exige ações práticas, regulares e sustentáveis, já que não existem soluções imediatas para eliminar completamente a infestação.

Entre as principais estratégias indicadas está a catação manual, que deve ser feita com luvas ou sacolas plásticas, descartando os caramujos e suas conchas de forma segura. Carla ressalta que o uso de produtos químicos é desaconselhado, pois pode causar intoxicação em animais domésticos e contaminação ambiental, afetando o solo e os lençóis freáticos.

Para combater os moluscos de forma segura, recomenda-se o uso de cal virgem ou água com sal, métodos eficazes na eliminação dos caramujos e de parasitas como o Angiostrongylus cantonensis, transmissor da meningite eosinofílica. A especialista também chama atenção para o risco sanitário das conchas descartadas incorretamente, que podem acumular água e servir como criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.

Manter quintais e terrenos limpos, sem entulho, mato ou lixo acumulado, é fundamental para evitar o avanço da infestação, especialmente em períodos chuvosos, quando a proliferação é mais intensa. Ações como capinar terrenos, revirar a terra em dias ensolarados e expor os moluscos ao sol também ajudam a controlar a presença da espécie.

A veterinária reforça que o sucesso do controle depende da participação da população, adotando medidas preventivas e mantendo a vigilância contínua. Dessa forma, é possível reduzir os riscos à saúde pública e preservar o equilíbrio ambiental com responsabilidade.