Niterói alerta sobre importância da imunização das crianças contra a poliomielite
Campanha vai até o próximo dia 31 e tem como objetivo melhorar a cobertura vacinal contra a doença
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989. No entanto, com a queda das taxas de vacinação desde 2016, a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói – assim como outros órgãos de Saúde do país – alerta os pais e responsáveis sobre a importância de levarem seus filhos menores de 4 anos, 11 meses e 29 dias para se vacinarem contra a paralisia infantil, na campanha que vai até o próximo dia 31 de outubro.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, o engajamento da população nas campanhas de vacinação é decisivo para evitar que doenças como a paralisia infantil retornem ao território nacional.
“O Brasil tem experimentado uma redução da cobertura vacinal. Fake News e movimentos antivacinas são os principais responsáveis por esse cenário, segundo vários estudos, além do fato de que essa geração não conviveu com doenças graves, como a poliomielite e outras que podem ser prevenidas com a vacinação. Hoje estamos sujeitos ao ressurgimento de surtos como o de meningite e sarampo, além da paralisia infantil. Por isso é fundamental garantir o engajamento e mobilizar um amplo movimento nacional envolvendo a sociedade, a academia, o Governo Federal, Estadual e Municipal nesse esforço pela ciência e principalmente pela proteção da vida da população”, afirma.
O calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente, nas salas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), imunizantes que protegem contra mais de 20 doenças, algumas já eliminadas no Brasil, mas ainda em circulação em outros países, como é o caso da poliomielite. Em Niterói, a vacinação contra paralisia infantil é ofertada em todas as policlínicas, Unidades Básicas de Saúde e nas unidades do Programa Médico de Família da cidade.
O esquema vacinal contra a pólio prevê a aplicação de três doses da VIP (vacina inativada contra a poliomielite), que é injetável, aos 2, 4 e 6 meses de vida. Também é ofertada uma dose de VOP (vacina oral contra a poliomielite) – a gotinha – aos 15 meses, como primeiro reforço, e aos 4 anos, como segunda dose de reforço.
A advogada Camila Falcão, de 41 anos, levou sua filha Nina, de 3 anos, para ser vacinada na Policlínica Sérgio Arouca, no Vital Brazil.
“Eu tenho uma tia, irmã do meu pai, que teve a doença e ficou com sequelas. Se existe a prevenção, ela deve ser feita. É muito importante que tragamos nossos filhos”, conta.
Já Perla Maia, também advogada, de 44 anos, mãe do Pedro, de 4 anos, aproveitou a oportunidade para colocar em dia a carteira de vacinação do filho.
“Todas as vacinas são importantes para que as doenças sejam erradicadas. É uma questão de cuidado com os nossos filhos e com o nosso próximo.”
Desde 1989, o Brasil não registra casos de poliovírus selvagem, resultado da boa adesão às campanhas de vacinação que, na década de 1980, geraram excelentes coberturas vacinais das crianças menores de 1 ano de idade. Nos últimos cinco anos, entretanto, as coberturas vacinais para essa faixa etária vêm caindo.
Em 2017, a taxa ficou em 88,76%; em 2018, caiu para 87,48%; em 2019, foi reduzida para 73,62%; em 2020, registrou nova queda para 55,53%; e, em 2021, atingiu o percentual de 53,97%. Em 2022 (até 6 de outubro), a taxa das doses registradas no sistema foi de 32,05%. Os dados são registrados pelas equipes municipais e podem sofrer alterações devido a atrasos na atualização da informação e da atualização do site pelo Ministério da Saúde.
Sobre a poliomielite – A poliomielite ou pólio é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Nos casos mais graves da doença, também chamada de paralisia infantil, ela provoca o comprometimento do sistema nervoso, levando à paralisia de membros e alterações nos movimentos e pode até ser fatal.
Sobre o esquema vacinal
1ª dose: aos 2 meses através de injeção (VIP)
2ª dose: aos 4 meses através de injeção (VIP)
3ª dose: aos 6 meses através da injeção (VIP)
1º reforço: 15 meses (1 ano e 3 meses) por meio da vacina oral (VOP)
2º reforço: menores de 4 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), por meio da vacina oral (VOP)
A dose extra da vacina é destinada a crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias que já completaram o esquema completo da vacina de rotina, aos 2, 4 e 6 meses de idade.
Foto: Bruno Eduardo Alves