Petrópolis relembra dois anos da tragédia com missa na Catedral São Pedro de Alcântara

O dia começou com uma missa na Catedral São Pedro de Alcântara, no Centro Histórico de Petrópolis, marcando os dois anos da maior tragédia que a cidade já enfrentou. Foi uma enxurrada que deixou um rastro de destruição e marcou vidas para sempre, uma memória que continua viva para aqueles que sobreviveram ao fatídico 15 de fevereiro de 2022.

Augusto Vicente Motta, de 46 anos, uma testemunha da tragédia que afetou o bairro Alto da Serra, recordou: “Eu vi amigos morrerem. Não tem como esquecer o que aconteceu no Morro da Oficina, pois o volume de água era interminável e as pessoas tentavam se proteger de toda forma. Volta e meia lembro de dois amigos que partiram. Eu mesmo quase morri por conta de um deslizamento, que ocorreu momentos antes de sair de lá”.

Em um ano eleitoral, os opositores do atual prefeito Rubens Bomtempo aproveitaram o dia para cobrar ações preventivas para evitar que a tragédia se repita. Para eles, nos últimos dois anos, não foram realizadas obras preventivas, apenas reconstruções de locais parcialmente ou completamente destruídos.

Por outro lado, a Prefeitura se defendeu, afirmando que, em dois anos, iniciou e concluiu 115 obras de grande e médio porte, com outras 51 em andamento e 26 em fase de licitação. No balanço apresentado, foram um total de 192 obras de grande e médio porte realizadas, totalizando cerca de R$ 100 milhões em obras de contenção por toda a cidade.

Esse montante inclui as 79 contenções já concluídas (um investimento de mais de R$ 28 milhões) e as 19 em andamento (um investimento de R$ 72 milhões, pagos em parcelas, de acordo com o progresso das obras e medições). No início, foram mais de 20 contenções nos principais corredores da cidade, em vias essenciais afetadas pelas chuvas ou com segurança comprometida. Essas obras foram realizadas para garantir que a cidade retornasse à normalidade e funcionasse novamente.