Pouco praticado no Brasil, cidade serrana é base da seleção brasileira de hóquei

O hóquei sobre patins tradicional encontrou sua casa em Petrópolis no início dos anos 30, uma modalidade esportiva muito popular na Europa. A história revela que essa charmosa cidade serrana não apenas adotou o hóquei, mas também desenvolveu excelência no esporte, especialmente nas categorias de base e no time feminino, que há quatro anos serve de base para a seleção brasileira.

O escritor Gabriel Fróes, em seu livro “História do Esporte Petropolitano”, publicado em 1953, registra que em agosto de 1945, com a inauguração do rinque do Quitandinha, as atividades do hóquei em Petrópolis foram transferidas para o novo bairro com grande entusiasmo. Fróes menciona um torneio interclubes que aconteceu na época, vencido pelo Real Hóquei Clube, que foi tratado como um campeonato da cidade, refletindo a importância do hóquei na comunidade petropolitana.

Na década de 50, João Havelange, que era um dirigente de futebol na época, visitou Petrópolis para conhecer o futebol, mas acabou se encantando com o hóquei sobre patins e visitou a sede do Copacabana Hóquei Clube, que hoje leva o nome de uma galeria no Centro Histórico. Isso ilustra a relevância do hóquei na cidade naqueles tempos.

Embora o hóquei não desfrute mais do mesmo apelo de seus anos dourados, mantém um elenco campeão brasileiro que frequentemente representa o Brasil em competições internacionais. O hóquei de Petrópolis continua sendo a base da seleção brasileira e conta com o técnico Ricardo Bouchardet, conhecido como Boucha, ex-goleiro da seleção brasileira. Boucha também coordena o trabalho de base que ocorre no ginásio Mário Machado, em Quitandinha, onde está localizada a Casa de Portugal de Petrópolis.

O calendário da Casa de Portugal está chegando ao fim, com a equipe feminina treinando intensamente todos os sábados à tarde em preparação para o Campeonato Sul-americano, cuja data ainda não foi definida e, possivelmente, pode não ocorrer este ano. A equipe aguarda informações da Confederação Brasileira para o Campeonato Pan Americano de Seleções, que provavelmente ocorrerá entre janeiro e março do próximo ano.

Além de competir em níveis superiores, o hóquei em Petrópolis está focado em desenvolver a próxima geração de atletas. O treinador Boucha destacou que estão ampliando a base do esporte, envolvendo crianças em treinamentos regulares e incentivando a inclusão de muitos jovens. Os treinos continuam aos sábados e domingos, preparando o terreno para o futuro do hóquei petropolitano.