Preservação da memória: Cultura ganha exemplar de livro sobre a obra do pintor Eliseu Visconti

A Secretaria Municipal de Cultura foi presenteada com um exemplar do livro ‘Eliseu Visconti – A Arte em Movimento’, que reproduz 46 fotografias e 230 obras do artista. Considerado representante do Impressionismo no Brasil e precursor do Modernismo, o pintor retratou Teresópolis em várias telas. O livro foi entregue à secretária municipal de Cultura, Cléo Jordão, na última sexta, 28/10, pelo neto do artista, Tobias Visconti, acompanhado da esposa, Isabel.

 

“Desde o início do ano trabalhamos o resgate da memória de vida e da obra do pintor Eliseu Visconti, que transferiu para suas telas o amor que sentia por nossa cidade. Nada mais justo do que difundir e manter viva a beleza de sua arte para as gerações futuras”, pontuou a secretária Cléo Jordão, que recebeu o casal junto com o subsecretário Ricardo Guarilha e Rafael Correa, diretor da Casa da Memória Arthur Dalmasso, e pela escritora Ana Maria de Andrade.

 

O resgate acontece por meio do livro ‘A cidade de Teresa’, da escritora Ana maria de Andrade. Lançado em março pelo Consulado Italiano pelo bicentenário de nascimento da Imperatriz Teresa Cristina, num esforço conjunto com a Prefeitura de Teresópolis, reproduz, em suas ilustrações, obras do pintor. Já a Escola Municipal João Adolpho Josetti realizou o evento cultural ‘O Impressionista que Impressionou Teresópolis’, projeto interdisciplinar realizado em homenageia ao artista, e que foi inspirado em atividades como a ‘Lê Terê’ – 1ª Festa Literária de Teresópolis, promovida em agosto pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em agosto.

“Meus sentimentos são de gratidão e de emoção com essas homenagens. São ações importantes para a preservação do trabalho e da vida de Eliseu Visconti”, relatou Tobias Visconti, neto do artista, que foi presenteado com exemplares do livro ‘A cidade de Teresa’.

 

Eliseu Visconti

Eliseu d’Angelo Visconti nasceu em 30 de julho de 1866, na Itália, e imigrou para o Brasil ainda menino, juntamente com sua irmã Marianella. Aqui já se encontravam seus irmãos maiores, Tobias, Afonso e Anunciata.

 

A matrícula no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janei ro veio no ano de 1882. Os trabalhos de Visconti, além de valerem-lhe dos colegas o apelido de “papamedalhas”, despertaram a atenção dos professores do Liceu. Ingressou na Imperial Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1885, onde, em 1886, recebeu o prêmio da Medalha de Prata em Ornatos.

 

Com o trabalho ‘Mamoeiro’, o artista conquistou, em 1889, a Medalha de Ouro em Pintura. Em 1892, Eliseu venceu o primeiro concurso da República na Escola Nacional de Belas Artes, conquistando o Prêmio de Viagem à Europa. No ano seguinte, ingressou na Academia Julian, atelier de Bouguereau e Ferrier e participou da “World’s Columbian Exposition” em Chicago, EUA, com 8 paisagens a óleo, recebendo medalha por mérito especial. Em 1900, recebeu a Medalha de Prata na “Exposition Internationale Universelle” de Paris, por suas telas Giovent& uacute; e Oréadas, e Menção Honrosa na Seção de Arte Decorativa e Artes Aplicadas.

 

Em 1901, inaugurou sua primeira exposição individual na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, apresentando 60 quadros e 28 trabalhos de arte decorativa e arte aplicada à indústria. Em 1904, na “Universal Exposition of Saint Louis”, recebeu a medalha de ouro em pintura com a obra “Recompensa de São Sebastião”. Também foi declarado vencedor dos três concursos de selos postais e cartas-bilhete, organizados pela Casa da Moeda.

 

Em 1927, construiu sua casa de veraneio em Teresópolis e iniciou a fase em que executa trabalhos retratando a paisagem. Entre elas, ‘Autorretrato ao ar livre&’ ;, ‘Meditando’, ‘Dedo de Deus’, ‘Prestígio Quaresmas’ e ‘O Portão Hino à Bandeira’. Eliseu Visconti faleceu em 1944, aos 78 anos de idade, no Rio de Janeiro.

 

 

Foto: Hilna Gallo/Secretaria Municipal de Cultura.