São Gonçalo amplia ações de combate à sífilis
A coordenação do Programa das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)/Aids e Hepatites Virais vai realizar capacitações para os funcionários da saúde sobre o planejamento e ação de combate à sífilis e à sífilis congênita (quando o bebê é contaminado pela mãe durante a gestação ou na hora do parto) neste mês de outubro.
Para os gonçalenses, os profissionais de saúde irão realizar mutirão de testagem no Polo Sanitário Jorge Teixeira de Lima, no Jardim Catarina, no dia 19 de outubro, das 10h às 14h. As ações são em referência ao Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, que é comemorado no terceiro sábado deste mês.
O objetivo das qualificações é enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequado da sífilis na gestante durante o pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como IST. Para isso, os profissionais da Atenção Básica receberão capacitação sobre o manejo de sífilis adquirida e da sífilis em gestante. Já os profissionais da Maternidade Municipal Mário Niajar, em Alcântara, farão capacitação sobre o manejo de recém-nascido com sífilis congênita e exposta à sífilis.
Para a população, a testagem para HIV (Aids), hepatites B e C e sífilis será feita no Polo Sanitário Jorge Teixeira de Lima devido ao número de casos registrados no bairro – um dos maiores do município. No entanto, qualquer morador pode se dirigir à Policlínica Gonçalense de Referência para Doenças Crônicas e Transmissíveis, na Parada 40, ou em qualquer unidade básica de saúde (com exceção do Colubandê I e Neves), que têm os testes disponíveis durante todo o ano, sempre de segunda a sexta, das 9h às 16h.
A única forma de prevenir a infecção é com o uso do preservativo, já que a mesma é contraída, principalmente, através de contato sexual. A gestante contaminada também pode passar a infecção para o filho durante a gestação e no parto. Para detectar a sífilis, basta um furo no dedo e o resultado sai em 20 minutos. O tratamento pode ser realizado em um dos cinco polos sanitários da cidade, em quatro clínicas e na Policlínica Gonçalense de Referência para Doenças Crônicas e Transmissíveis.
“É importante que as gestantes façam o pré-natal e a testagem. Elas devem fazer no primeiro e terceiro trimestre de gestação. Tratando no início, há a possibilidade do bebê nascer sadio. E, se não tratar, ela pode causar o aborto e o parto prematuro. Toda pessoa que tem vida sexual ativa e desprotegida precisa fazer os testes das infecções sexualmente transmissíveis (Ists). Pelo menos, uma vez ao ano”, explicou Monique Gonzalez, coordenadora do Programa Ist/Aids e Hepatites Virais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), diariamente, mais de um milhão de pessoas são infectadas com ISTs em todo o mundo, sendo estimados 376 milhões de novos casos ao ano. Nas últimas décadas, houve um aumento expressivo de sífilis no mundo e no Brasil. Entre 2010 e 2017, houve um aumento de 353% de casos de sífilis congênita, com diferentes étnico-raciais associadas à doença.
Sintomas – O primeiro sinal da doença é um cancro duro (lesão/ferida), que pode ser na boca (transmitida através do sexo oral), genitália ou ânus. Com um tempo, a ferida some. Depois de algumas semanas, aparece o segundo estágio da doença, chamada de sífilis secundária, que são lesões avermelhadas pelo corpo, mas principalmente na sola dos pés e palmas das mãos. Na forma latente, ela é silenciosa e sem sintomas.
“A primeira ferida não dói e não coça. Na secundária, as lesões parecem um processo alérgico. E da mesma forma que aparecem, elas desaparecem. Com isso, se não tiver tratamento, a pessoa entra na fase latente, que é sem sinais e sintomas. Por isso, é importante a testagem para que a infecção não evolua. Após a forma latente, vem a sífilis terciária, que são lesões na face e que podem causar problemas cardiovasculares e neurológicos”, finalizou Monique.