São João de Meriti lança projeto para intensificar combate à pedofilia
São João de Meriti prepara-se para reforçar o combate à pedofilia com o lançamento do projeto “Criança nasceu para ser amada e não abusada”, promovido pela ONG Virgínia Barbosa de Melo. O evento de lançamento está marcado para o dia 14 de julho, às 18h30, na Câmara Municipal, e reunirá representantes dos poderes judiciário, legislativo e executivo, além de instituições dedicadas à proteção de crianças e adolescentes.
A iniciativa tem como objetivo ampliar a orientação à população sobre os casos recentes de abuso sexual, reforçando a importância da prevenção e do enfrentamento a esse crime que afeta crianças e adolescentes vulneráveis na cidade e na região. A cerimônia contará com a participação da juíza federal Claudia Valéria Bastos Fernandes Marques, especialista no julgamento de crimes de exploração sexual e pedofilia virtual, com mais de 27 anos de atuação no Rio de Janeiro e 12 na 4ª Vara Federal de São João de Meriti.
O lançamento também celebrará os seis anos da Lei Municipal nº 2.207, que promove campanhas contínuas de conscientização em escolas, igrejas e comércio local, fruto da mobilização liderada pelo ex-vereador Djailto Barbosa, o pastor Dejá, atualmente presidente de honra da ONG.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quase 84 mil casos de estupro de vulneráveis foram registrados em 2023 no país — um crime a cada seis minutos. As vítimas predominantes são meninas negras entre 10 e 13 anos, frequentemente abusadas por familiares dentro de casa. No Rio de Janeiro, mais de 3.500 denúncias envolvendo crianças até 13 anos foram registradas no último ano. Recentes operações policiais prenderam 26 pessoas por pornografia infantil, reforçando o compromisso das autoridades no enfrentamento a esses crimes.
Considerado um grave problema de saúde pública pela Unicef e pela Organização Mundial da Saúde, o abuso sexual contra crianças exige ações coordenadas e efetivas. O projeto “Criança nasceu para ser amada e não abusada” busca sensibilizar a sociedade, incentivar denúncias e fortalecer mecanismos de proteção para as vítimas. A expectativa é que, com a mobilização de diversos setores, seja possível construir um ambiente mais seguro e consciente, contribuindo para a redução dos casos de abuso na Baixada Fluminense e protegendo o bem-estar infantil da região.