Sindicato repudia agressão a motorista em Petrópolis e crise no transporte público escala

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis expressou seu forte repúdio à agressão sofrida por um motorista da empresa Petro Ita, ocorrida na manhã desta segunda-feira. O incidente aconteceu após o veículo apresentar problemas mecânicos durante um trajeto em um dos bairros da cidade, gerando revolta e preocupação entre os trabalhadores do setor, que exigem respeito e dignidade no exercício de suas funções.

Em nota oficial, a diretoria do sindicato enfatizou que o motorista, assim como qualquer trabalhador, merece respeito e não deve ser responsabilizado por falhas na manutenção dos ônibus. “É inaceitável que um profissional dedicado, que exerce suas funções com responsabilidade, seja vítima de violência por circunstâncias que estão além de seu controle”, destacou a entidade.

O sindicato também informou que está em contato direto com o motorista agredido, oferecendo total apoio através de seus setores de assistência para assegurar que os direitos do colaborador sejam respeitados. “Estamos comprometidos em garantir que medidas cabíveis sejam tomadas”, afirmaram representantes sindicais.

A agressão ao motorista ocorre em meio a um cenário de crescente insatisfação da população com os serviços de transporte público em Petrópolis. Nos últimos dias, a cidade foi palco de uma série de protestos contra a operadora Petro Ita, especialmente após um grave acidente na última quinta-feira, que deixou quatro pessoas feridas. O candidato à reeleição, Rubens Bomtempo, criticou duramente o estado do transporte municipal, levando o caso ao Ministério Público e à Polícia.

Em suas redes sociais, Bomtempo fez um apelo à população, destacando que o transporte público não deve ser tratado como um jogo político, mas como uma questão de saúde e segurança pública. Ele ressaltou que a gestão do transporte rodoviário tem enfrentado desafios desde que assumiu o cargo em janeiro de 2022, encontrando uma crise no setor.

A revolta popular se intensificou especialmente nas comunidades do Alto da Serra, Meio da Serra e Morin, onde muitos moradores expressaram insatisfação com o retorno da Petro Ita. “Estávamos correndo risco com os ônibus da Petro Ita. Com a Cidade Real, não tínhamos problemas”, afirmou Ana Lúcia da Costa Azevedo, refletindo o desejo da comunidade por uma solução que priorize a segurança no transporte público.

Maria das Graças dos Santos, outra moradora, ecoou o sentimento coletivo: “Queremos a Petro Ita fora daqui”. A preocupação com a segurança e a qualidade do transporte se tornou o tema central das discussões entre os moradores, que clamam por providências imediatas.

O prefeito Rubens Bomtempo, que busca a reeleição, anunciou a aquisição de novos ônibus para atender as regiões afetadas, enquanto a Justiça deu 48 horas para que a Petro Ita se pronuncie sobre a situação. Com um novo decreto que autoriza a circulação imediata da Cidade Real, a gestão municipal espera restabelecer a confiança da comunidade.

O candidato a vice-prefeito, Paulo Mustrangi, reforçou a posição do governo de não tolerar a ineficiência das empresas de transporte público. “Enfrentar as empresas não é fácil, mas não faltará determinação desta gestão para garantir um transporte público de qualidade”, finalizou.