Um ano da tragédia das chuvas em Petrópolis: comércio sofreu baque e ainda tenta se recuperar dos estragos da enchente

Roberto Márcio

Redação Rjpost

José Francisco Passarone tem 62 anos, sendo 16 deles vividos em Petrópolis. Mineiro de Cataguases, escolheu trazer sua família para viver na Cidade Imperial e investir no comércio. Ele tem dois restaurantes, sendo que um deles sofreu muito com a enchente do dia 15 de fevereiro de 2022, um fato que o marcou profundamente.

Seu Zé, como é conhecido, teve seu restaurante localizado na rua Alencar Lima, número invadido pelas águas e o prejuízo foi relativamente grande. Entre as perdas materiais daquele dia tenebroso estavam um freezer, cadeiras, parte elétrica e, principalmente, o acesso dos clientes ao estabelecimento. Precisou de dois dias para remover a lama do interior do comércio, além dos dias sem faturar com o público. Embora não fale em valores, ele lamentou o ocorrido que foi, para ele, traumatizante.

“Olha, estou aqui em Petrópolis há quase duas décadas e nunca vi o que aconteceu no ano passado. Essas chuvas nos deixaram desesperados porque, além das perdas materiais, houve muitos mortos. O prejuízo foi enorme para todos. É difícil até falar quanto gastei aqui no Cinda Lanches para deixar a loja pronta para atender os clientes e torço todos os dias para que esse evento traumático não se repita jamais”, declarou Seu Zé.

Quando se procura no Google a extensão sofrida pelo seu Zé, é possível localizar informações dos prejuízos acumulados pelo seu Zé e os demais comerciantes de Petrópolis no período pós-chuvas. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio), só as chuvas do dia 15 de fevereiro afetaram cerca de 300 lojas do centro da cidade. A reconstrução dos estabelecimentos demandaria recurso de R $100 milhões, algo em torno de R $100 mil e R $200 mil por estabelecimento.29 de março de 2022.

Já segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o prejuízo é de R $665 milhões, considerando apenas o dano direto a empresas. Somados a tudo isso, seu Zé sonha com dias melhores para a Cidade Imperial, cobrou do Poder Público ações mais contundentes para resolver o problema e devolver a confiança do empresariado e comércio a confiança em investir na prevenção e combate às enchentes.

“Essas chuvas mostraram que Petrópolis precisa de muitos cuidados. A população que mora em encostas ou até mesmo em ruas e comunidades também está exposta ao problema. Ao meu ver, todo mundo corre algum risco. Petrópolis é problemática neste sentido e esperamos que nossas autoridades façam as obras que corrijam o problema.Aqui é uma cidade muito bonita e cheia de potencial, por isso a população tem que lutar por melhorias”, finalizou o comerciante.
Foto: Roberto Márcio