Uso da Inteligência Artificial na escrita é debatido na Bienal do Livro de Campos
A 12ª Bienal do Livro de Campos abriu espaço para uma discussão relevante e atual: o papel da Inteligência Artificial na educação e na produção literária. A mesa-redonda intitulada “IA nas Escolas – Uma conversa sobre a importância da educação digital na era da pós-escrita” reuniu professores, escritores, jornalistas e estudantes em um debate marcado por opiniões divergentes, reflexo da complexidade do tema.
O professor e filósofo André Stangl foi o principal destaque da mesa. Ele defendeu uma abordagem consciente e pedagógica no uso de plataformas como ChatGPT, GPTs e DALL·E em sala de aula, frisando que a tecnologia, se bem conduzida, pode enriquecer o repertório dos estudantes. Para Stangl, a IA não representa uma ameaça, mas uma ferramenta que precisa ser usada com propósito educativo. “O problema não está na tecnologia, mas na forma como ela é aplicada”, afirmou.
A conversa também expôs preocupações com o impacto da IA na criatividade humana, especialmente na literatura. Muitos participantes concordaram que, embora a IA seja capaz de gerar textos com alta qualidade técnica, a emoção genuína da escrita humana permanece insubstituível. Ainda assim, houve consenso de que a IA pode estimular novas formas de criação, desde que utilizada com ética, orientação e consciência crítica.
A mesa contribuiu para reforçar a importância de discutir e implementar uma educação digital responsável, preparando professores e alunos para navegar entre tecnologia e sensibilidade humana, em um cenário cada vez mais permeado por inovações.