Volta Redonda promove oficina de pintura com intérprete de Libras
Atividade que incluiu aluno surdo foi realizada no Centro de Referência de Assistência Social do bairro Três Poços
Uma parceria entre as secretarias municipais de Ação Comunitária (Smac) e da Pessoa com Deficiência (SMPD) possibilitou a inclusão de um aluno surdo na oficina de Pintura, promovida pela Prefeitura de Volta Redonda. A atividade foi realizada na semana passada, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro Três Poços, na forma de workshop. A atividade contou com a participação de 16 pessoas.
A coordenadora do Cras de Três Poços, Milene de Souza França, explica que dentre os inscritos estava um casal, que mora no bairro São João. Ela conta que o pedido foi feito pela esposa do rapaz, que é surdo, e que ela, apesar de ser intérprete de Libras, também desejava participar da oficina.
“A maior perda com a não inclusão da pessoa com deficiência é da própria sociedade, uma vez que esta é que se priva de conviver com pessoas extraordinárias, as quais têm histórias incríveis e que servem como exemplo de luta e de determinação. Ter contribuído para que o casal participasse da oficina foi um grande privilégio, e essa inclusão representa um passo da longa caminhada que todos devemos percorrer, para que os direitos das pessoas com deficiência sejam garantidos”, disse a coordenadora.
De acordo com a coordenadora do Cras de Três Poços, a oficina teve o objetivo de promover a inclusão produtiva, para atender necessidades e ampliar potencialidades, através da união de conhecimentos teóricos e práticos sobre pintura imobiliária. Entre os assuntos abordados estavam os conceitos básicos sobre pintura de parede, materiais necessários e formas de manuseio, preparação da parede e pintura.
Projeto promove acessibilidade
O intérprete de Libras no projeto ?Diploma Cidadão? e na Central de Atendimento ao Surdo da SMPD, Jairo Nunes de Oliveira Neto, ressaltou a importância de participar do projeto.
“Cada vez mais a comunidade surda tem ocupado espaços e está presente em muitos locais, aos quais antes não havia acesso. Com isso, a acessibilidade é imprescindível para que os surdos compreendam com clareza, em sua própria língua (a Libras), toda a informação passada”, disse.
Ele explicou que alguns surdos têm mais facilidade para se comunicar com quem não sabe Libras e, por conta disso, muita gente acha que o intérprete não é necessário e que todo surdo sabe ler os lábios, e consegue entender a língua portuguesa.
“Não é bem assim. Mesmo os surdos que conhecem bem o Português apresentam dificuldade em entender algumas expressões e termos usados pelos ouvintes, e a presença do intérprete é de suma importância para intermediar a comunicação e adaptar a informação à cultura do surdo, para que ele entenda claramente e tenha um aproveitamento do conteúdo tal qual os ouvintes têm”, falou Jairo.
Segundo a secretária municipal de Ação Comunitária, Carla Duarte, a ação faz parte das metas da secretaria de avançar, cada dia mais, na inclusão das pessoas atendidas pela pasta.
“Quero agradecer pela parceria com a secretaria da Pessoa com Deficiência e destacar que ações como esta mostram o quando a administração municipal não mede esforços, para que todos tenham acesso a todas as atividades promovidas na nossa cidade. Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de forma que não sofra nenhuma espécie de discriminação, e que a luta pela inclusão desse público deve ser diária dentro das famílias, órgãos públicos e privados”.
Foto: divulgação