Duque de Caxias investiga uso de quase R$ 1 milhão no Museu Vivo e cobra prestação de contas da antiga gestão
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Duque de Caxias divulgou nesta semana esclarecimentos sobre os recursos destinados ao Centro de Referência Patrimonial e Histórico do Município (CRPH), responsável pelo Museu Vivo de São Bento. Segundo a pasta, somente no primeiro semestre de 2025, a administração anterior do centro cultural recebeu cerca de R$ 959 mil em verbas públicas, a maior parte oriunda de emendas parlamentares, com o objetivo de custear atividades e garantir a manutenção do espaço.
Ainda de acordo com informações oficiais disponíveis no Portal da Transparência, só em 2025 foram R$ 715 mil em recursos desse tipo. A entidade responsável pela gestão no período foi a Associação de Amigos do Museu, composta por professores da rede pública municipal. Entretanto, após a mudança de gestão, a Secretaria solicitou, em 30 de junho de 2025, a entrega de uma prestação de contas detalhada, especialmente quanto ao uso dos recursos públicos empregados.
Até o momento, a associação não atendeu à solicitação, o que levou o município a avaliar medidas legais. De acordo com levantamento feito pelo CNPJ da instituição, a entidade já teria movimentado mais de R$ 3 milhões em recursos públicos desde 2014, sem comprovação clara do uso desses valores, levantando dúvidas sobre a transparência na gestão cultural.
Paralelamente, a Secretaria também apura denúncias envolvendo o Museu Vivo da Copeira, localizado em Nova Campinas. Mestres capoeiristas relataram que R$ 300 mil de uma emenda parlamentar aprovada em janeiro de 2025 não foram utilizados para a manutenção do espaço, mas teriam sido desviados para fins políticos e eleitorais.
Diante dos indícios, a Secretaria de Cultura e Turismo reforçou que está conduzindo uma análise rigorosa dos documentos e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e o bom uso dos recursos públicos voltados à valorização do patrimônio e da cultura de Duque de Caxias.