Projeto de reciclagem em parceria com o Colégio Verbo Divino alia sustentabilidade ao cuidado com a causa animal

Um projeto que começou há um ano com o objetivo de recolher tampinhas plásticas do meio ambiente e transformá-las em investimento no cuidado com a causa animal superou as expectativas dos seus criadores e já retirou das ruas e lixos mais de sete toneladas do material.

O “TAMPET Sul Fluminense” teve início com pequenas e pontuais ações de sensibilização entre um grupo de pessoas no município de Volta Redonda, cidade mais populosa da região Sul Fluminense, e ganhou adesão posteriormente em Barra Mansa, com o apoio do Colégio Verbo Divino. Hoje, os dois municípios juntos representam 88,3% da cobertura de coletores. Mas há alguns meses outros PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) em outras cidades entraram nessa ação: Pinheiral, Barra do Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Itatiaia e Angra dos Reis.

“A ideia surgiu como forma de cuidar do meio ambiente, reinserindo o material na cadeia de produção e transformar o que iria para o lixo em investimento na causa animal. Além de recolher esse material e dar destinação sustentável e gerar renda para a causa animal, nós trabalhamos junto ao colégio Verbo Divino a responsabilidade com o meio ambiente”, disse o professor Bruno Jorge, um dos idealizadores do projeto.

Com a #JOGAATAMPINHA, a ideia do projeto é recolher tampinhas plásticas que iriam para o lixo e doar para a Sociedade Protetora dos Animais (SPA) de Volta Redonda, que cuida atualmente de mais de 100 animais (cães e gatos). A cada tonelada de tampinhas coletadas, uma venda é realizada. Até o último balanço da campanha, cerca de R$10 mil já foram arrecadados. A instituição, que não recebe nenhum subsídio de órgãos governamentais, sejam eles municipais, estaduais ou federais, vê essa parceria como ajuda para garantir a subsistência da ONG, de forma a honrar com os compromissos de compra de ração, medicamentos, consultas veterinárias, material de limpeza, entre outros.

“A SPA conta com ajuda financeira de amigos da causa animal além de alguns eventos que realiza ao longo do ano. Dessa forma, o projeto Tampet SF, além de ser de extrema importância para o meio ambiente, é mais uma fonte de renda para a SPA. E é por isso que a SPA está muito feliz com a parceria do projeto e com o resultado dessa campanha”, disse Carminha Marques, presidente da SPA.

Como funciona:

As tampinhas são recolhidas em galões de água mineral que são reutilizados como coletores identificados. O receptor fica disponível em estabelecimentos comerciais, instituições de ensino e empresas que visam à mudança de comportamento de seus funcionários e, qualquer pessoa, pode participar depositando as tampinhas que acharem na rua ou que tiverem em casa. Quando os coletores estão cheios, a equipe do projeto é acionada e recolhe o material que é vendido para uma empresa especializada, que faz a reciclagem do plástico, em quantidade mínima de uma tonelada do resíduo.
A iniciativa promove a economia circular do resíduo, sem agredir o meio ambiente e garante a sustentabilidade, já que o plástico demora décadas para se decompor na natureza.

Educação Ambiental

Com a parceria da Ecobio Ambiente e o Colégio Verbo Divino (Rede Esdeva) foi possível desenvolver e promover a campanha. Os estudantes matriculados desde a Educação Infantil ao Ensino Médio participaram ativamente de atividades relacionadas à Educação Ambiental, dentro das propostas atuais da Base Nacional Comum Curricular BNCC, que é o documento normativo para as redes de ensino e suas instituições públicas e privadas, referência obrigatória para elaboração dos currículos escolares e propostas pedagógicas.

Antes de irem para os coletores, as tampinhas são utilizadas em atividades de diferentes disciplinas, mas sempre com o mesmo objetivo: conscientizar para a necessidade do cuidado com o meio ambiente e incentivar a adesão às ações de reciclagem e consumo consciente.

Mapa falado

Uma das metodologias mais eficientes foi a atividade do “mapa falado”, em que uma turma de alunos do Ensino Médio a partir do uso de tecnologias digitais mapeou potenciais estabelecimentos parceiros da campanha e resultou no aumento de 23 pontos de coleta, em uma semana, equivalente a 56% dos pontos até então existentes na cidade. A estratégia de ação coletiva por meio do protagonismo juvenil, obteve um resultado tão expressivo que será proposta como ferramenta metodológica em futuras ações para as demais instituições parceiras do projeto.

“Ficamos satisfeitos em saber que o pontapé inicial para esse projeto tão necessário foi dado aqui no nosso Colégio. Quando tivemos conhecimento da iniciativa nos colocamos à disposição para ajudar na divulgação e promover esse trabalho que em tão pouco tempo já é um sucesso. E todos ganham com essa ação: meio ambiente, estudantes bem informados e comprometidos com a vida ao seu redor e os animais que recebem a ajuda diretamente”, disse Flavia Real, diretora do colégio.

Tipos de tampinha

Não são só as tampinhas de garrafa PET que podem ser coletadas. Podem ser: de leite, ketchup, mostarda, maionese, detergente, cloro, amaciantes, medicamentos, creme dental, shampoo, condicionador. Em resumo, todo tipo de tampinha, desde que seja plástico duro, independentemente da cor.

Foto: divulgação